Resultado de eleição em sindicato depredado no Rio sai depois da meia-noite

Publicado em 17/06/2015 - 19:34 Por Flávia Villela – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O resultado das eleições para a nova diretoria do Sindicato dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro, que foi depredado nesta manhã (17), deve sair depois da meia-noite. Mais de 200 pessoas foram presas por depredações. Viaturas da Polícia Militar estão estacionados no local e o Batalhão de Choque está de prontidão para uma eventualidade e uma equipe de segurança particular cuida do interior do prédio.

O sindicato sofreu intervenção da Justiça do Trabalho em outubro, após afastamento da diretoria, que teve os bens bloqueados por suspeita de crimes, como improbidade administrativa e nepotismo. O interventor, perito da Justiça do Trabalho José Carlos Nunes, que está a cargo da diretoria, informou que o dia de votação transcorreu sem incidentes. “Os comerciários continuarão votando até as 20h. Como há urnas em Miguel Pereira e Paty do Alferes, elas devem chegar aqui por volta de 22h30 e aí, sim, se inicia o escrutínio dos votos.”

Nunes, que também é responsável pela auditoria, informou que o grupo que invadiu o prédio destruiu documentos e alguns foram detidos com papéis rasgados. “Mas não conseguiram chegar ao local onde estavam os documentos da auditoria. Faltam ainda uns 30% dos documentos a serem apurados”, informou ele.

Os homens que foram presos, acusados pela depredação do sindicato, vieram de São Paulo. Dentre os objetos apreendidos com eles estavam bombas de efeito moral, uma pistola falsa, objetos perfurantes, cassetetes e soco-inglês.

Segundo o interventor, em um ato no dia 12 de junho, algumas centrais sindicais anunciaram nas mídias sociais que hoje as eleições não ocorreriam, que enviariam pessoas de São Paulo ao Rio para boicotar o pleito. Disseram ainda que a responsabilidade seria da magistratura trabalhista do Rio. Nunes disse que está preparando uma denúncia-crime contra os envolvidos por pregar o ódio e planejar o ataque ao sindicato.

A auditoria interna que está sendo feita sobre os últimos 10 anos de administração indica que os desvios chegam a R$ 100 milhões. A investigação deve ser finalizada até o dia 30 de julho.

O último presidente do sindicato, Otton Mata Roma, havia assumido o cargo em 2006, no lugar do pai, Luisant Mata Roma, que ocupou a presidência do sindicato por 40 anos, de 1966 a 2006. Segundo o perito, o presidente do sindicato recebia mais de R$ 60 mil de salário mensal, e os outros membros da diretoria afastados, ao menos R$ 47 mil.

O advogado Fábio Curi, que defende Otton Mata Roma, negou que seu cliente tenha envolvimento com a depredação do sindicato e entrou com um mandado de segurança para suspender a eleição.

A defesa também garantiu que não houve desvio de dinheiro público no sindicato e que a declaração de bens de Otton Mata Roma é menor do que tem sido apontado nas denúncias.
A nova diretoria deve tomar posse no dia 28 deste mês. Três chapas disputam o pleito.

Edição: Maria Claudia

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