Debate reúne candidatos ao cargo de procurador-geral da República

Publicado em 27/07/2015 - 20:11 Por Marieta Cazarré - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O mandato de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República termina na primeira semana de agosto e, até lá, os candidatos ao cargo disputam a indicação por seus pares na lista tríplice que será encaminhada para escolha da presidenta Dilma Rousseff.

Um debate reuniu hoje (27), em Brasília, no auditório da Procuradoria-Geral do Trabalho, os candidatos à sucessão de Janot. Promovido pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Associação dos Membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Associação Nacional do Ministério Público Militar, o debate foi o segundo entre os candidatos ao posto.

O cargo é de livre indicação do presidente da República, que pode escolher qualquer um dos nomes da lista, apontados pelo colegiado de procuradores, ou optar por um nome que não conste dessa relação. Após a indicação presidencial, o candidato passa por sabatina no Senado. Caso seja decidida a permanência de Janot no cargo, ele deve enfrentar resistência na sabatina, pois atualmente há 13 senadores investigados na Operação Lava Jato.

Além de Janot, concorrem ao cargo os procuradores Carlos Frederico Santos, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge. A campanha dos candidatos para entrar na lista tríplice vai até o dia 4 de agosto, e a eleição será no dia seguinte. Podem votar membros do Ministério Público Federal, ativos e inativos, filiados à Associação Nacional de Procuradores da República.

Durante o debate, Carlos Frederico disse que sua plataforma se baseia em igualdade, inclusão e liberdade de expressão. “Isso que eu vou implantar no Ministério Público da União [MPU] e no Ministério Público Federal [MPF], que está tão carente”. Ele ressaltou que deve-se avaliar as pessoas levando em conta o passado e o presente, sem acreditar em promessas. “É com base no passado de relacionamento com os outros ramos do MPU, que serei procurador-geral da República.”

Ele ressaltou sua própria natureza associativa, e assegurou não ter resistências no Congresso Nacional, “porque sempre soube manter as portas abertas por onde passei. E podem ter certeza que buscarei a conjunção política necessária para isso. Essa experiência política eu tenho e vou aplicá-la”.

Candidata ao cargo pela segunda vez, Raquel Dodge ressaltou a importância de bons salários na carreira. Segundo ela, a dignidade remuneratória é fundamental para que instituições com as características do MPU não se tornem instituições de passagem. "É preciso que o MPU atraia e estimule a permanência de pessoas com excelente formação profissional, dispostas a desempenhar com constante destemor, zelo e excelência o trabalho atribuído pela Constituição e reclamado pela sociedade”.

Raquel lembrou que os cargos exigem conhecimento técnico, equilíbrio emocional, temperança e perseverança. “O Ministério Público defende o direito de vítimas. Por isso, desperta muita resistência de infratores, alguns muito poderosos, e de seus apoiadores.”

Mario Bonsaglia ressaltou o respeito à autonomia institucional dos diversos ramos do Ministério Público e destacou a importância da valorização dos membros do MPU. Ele disse que, além de se  preocupar com questões institucionais, estará atento às questões corporativas. Uma carreira com membros bem remunerados é uma carreira cujos membros vão atuar com mais eficiência no cumprimento das funções institucionais, afirmou Bonsaglia.

 

Edição: Stênio Ribeiro

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