Ministra francesa pede para conhecer políticas públicas do Brasil

Publicado em 22/07/2015 - 23:15 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter Agência Brasil - Rio de Janeiro

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, reuniu-se hoje (22) com a ministra dos Assuntos Sociais, da Saúde e dos Direitos das Mulheres da França, Marisol Touraine, no Consulado-Geral da França, no centro do Rio, atendendo ao pedido da ministra francesa, que queria informações sobre as políticas públicas do Brasil para a superação da pobreza. A francesa visitou uma Clínica da Família na favela da Rocinha.

Tereza Campello mostrou os números da redução da pobreza e da desigualdade no país, mas reconheceu que ainda há muito o que fazer. Ela disse que entre os 20% mais pobres da população a renda cresceu seis vezes mais do que no restante e, ainda assim, o país continua tendo um padrão de desigualdade gigantesco.

Para a ministra Tereza Campello, a reunião constatou que a construção de uma rede de proteção, tanto pela aposentadoria quanto por benefícios de transferência de rendas como o Bolsa Família, não é uma exclusividade do Brasil e vários países modernos já têm esse tipo de política, principalmente em relação à pobreza.

“Nós tivemos oportunidade de conhecer alguns dados do que o governo francês vem fazendo há bastante tempo e, inclusive, com perspectivas de ampliar, mostrando que na verdade o Brasil se soma a um conjunto de países preocupados em reduzir não só a desigualdade, mas reduzir a pobreza”, disse a ministra brasileira.

Outra constatação, segundo Teresa Campelo, é a diferença entre os benefícios concedidos entre os dois países. Enquanto o Bolsa Família no Brasil tem o valor médio de R$170, na França, segundo a ministra Marisol Touraine, haverá uma extensão, este ano, na política familiar que vai representar um aumento equivalente a mil euros para a família beneficiada.

Tereza Campello admitiu que o valor do Bolsa Família “realmente é muito pequeno”, mas acompanha a realidade do país. Na avaliação dela, o programa virou um símbolo muito forte no Brasil. Para ela, apesar da diferença, os programas demonstram que o estado deve ter programas de apoio aos mais pobres.

As duas ministras destacaram que existem críticas, tanto na França quanto no Brasil, de que os beneficiários dos programas sociais preferem parar de trabalhar para receber o auxílio, o que não é verdade. “Temos estudos que comprovam que quem pode trabalhar pauta por trabalhar, porque o trabalho é inclusão e significa reconhecimento social, além de pontuar para a aposentadoria, o que não é o caso dos auxílios sociais”, disse Marisol Touraine.

A ministra Marisol Touraine visitou, hoje pela manhã, a Clínica da Família Maria do Socorro, na comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio, considerada uma referência no Programa de Residência em Medicina de Família. A ministra queria conhecer o sistema de saúde brasileiro e a estrutura das Clinicas da Família.

 

Edição: Jorge Wamburg

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