Seca leva governo a reconhecer emergência em 296 municípios do Nordeste

O Piauí tem o maior número de cidades em emergência: 152

Publicado em 21/07/2015 - 11:47 Por Edwirges Nogueira, Correspondente da Agência Brasil/EBC - Fortaleza
Atualizado em 21/07/2015 - 15:56

Nova Russas - Sapo cururu é visto próximo à cisterna durante período de seca na comunidade rural de Irapuá (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Situação de emergência foi reconhecida em 296 municípios do Nordeste em razão da secaFernando Frazão/Agência Brasil

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional reconheceu a situação de emergência em municípios do Piauí, de Alagoas e da Bahia em razão da seca. As portarias da secretaria foram publicados no Diário Oficial da União de hoje (21). No total,  296 municípios nos três estados foram afetados pela estiagem.

O Piauí tem o maior número de cidades em emergência: 152, dos 224 municípios do estado. Uma das regiões mais afetadas é São Raimundo Nonato, onde fica o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Sul do estado. Segundo o secretário estadual de Defesa Civil, Hélio Isaías da Silva, os efeitos da seca nessa área prejudicam 110 mil pessoas, em nove municípios, que dependem da barragem Petrônio Portela. O reservatório está com apenas 12% de sua capacidade e a água, em razão do baixo nível, não tem qualidade para o consumo.

Para melhorar a situação do estado, os carros-pipa abastecem as zonas urbanas. Estão sendo instaladas adutoras para levar água de outros mananciais aos municípios mais atingidos pela seca. De acordo com o secretário, o governo do estado já recebeu R$ 12 milhões do Ministério da Integração Nacional e aguarda a liberação de R$ 9,7 milhões para prosseguir com as ações emergenciais.

Em Alagoas, 38 dos 102 municípios do estado estão em emergência em consequência da dificuldade de acesso aos mananciais. Segundo o major Moisés Pereira de Melo, integrante da Defesa Civil estadual, o reconhecimento da situação vai possibilitar a liberação de R$ 20 milhões solicitados ao Governo Federal para apoiar as populações afetadas.

O major explica que, atualmente, R$ 1,5 milhão é empregado em carros-pipa, mas o valor só cobre os custos do serviço por 30 dias. “A zona rural está sem acesso à água e há municípios que já entraram em colapso, como Cacimbinhas e Dois Riachos”, disse. Com os recursos do governo federal, o estado planeja ampliar o número de carros-pipa, realizar a limpeza de mananciais e instalar adutoras para levar água às zonas urbanas.

Na Bahia, o reconhecimento da situação de emergência abrange 106 dos 417 municípios do estado. De acordo com o superintendente de Proteção e Defesa Civil, Rodrigo Hita, as regiões mais críticas são as localizadas no Lago de Sobradinho e na calha do rio São Francisco. Como não há chuvas no norte de Minas Gerais, onde fica a nascente do Velho Chico, a água para as populações dos municípios baianos está mais difícil.

O governo do estado trabalha atualmente, conforme o superintendente, com a implantação de sistemas simplificados de canalização de água nos municípios onde há poços profundos. Outras ações de emergência são os carros-pipa e as adutoras. O governo baiano já dispõe de R$ 10 milhões para esses projetos e aguarda a liberação de outros R$ 5 milhões para a complementação das obras.

*A matéria foi modificada às 15h55 para acréscimo de informações.

Edição: José Romildo

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