No Pará, tudo floresce no Círio, diz feirante de tradicional mercado de Belém

Publicado em 09/10/2015 - 21:15 Por Ariane Póvoa – Enviada especial da EBC - Belém
Atualizado em 09/10/2015 - 22:12

Belém - O Mercado Ver-o-Peso oferece os mais variados sabores e aromas do Pará. A imensa feira livre às margens da Baía do Guajará reúne centenas de barracas (Wilson Dias/Agência Brasil)

O tradicional mercado Ver-o-Peso  oferece os mais variados sabores e aromas do Pará    Wilson Dias/Agência Brasil

O Círio de Nazaré, um dos mais importantes eventos religiosos do país, representa, para os comerciantes de Belém, uma oportunidade de aumentar a renda. É assim no mercado Ver-o-Peso, uma grande feira ao ar livre, às margens da Baía onde trabalha desde os 13 anos, José Alves da Silva, de 73 anos, estima aumento de pelo menos 50% nas vendas no período do Círio. Ponto turístico e cultural dos mais visitados da capital paraense, o Ver-o-Peso vê crescer o movimento nos dias das festividades. Frutas, sementes e iguarias típicas da região são comercializadas no local por José Alves.

Ele também faz bebidas e conservas com produtos como o tucupi, o genipapo e a pimenta.

Ele conta que inventou uma bebida, feita com semente de jambu, que caiu no gosto dos clientes. "A semente do Jambu nós estamos usando agora para replantar, mas eu fui fazer uma bebida com ele e aí deu certo. A curiosidade já está espalhada por todo o planeta, em todo o Brasil. Até para fora, por aí, já foi." Também conhecida como agrião-do-pará, o jambu é uma erva muito usada na culinária paraense.

Belém - O Mercado Ver-o-Peso oferece os mais variados sabores e aromas do Pará. A imensa feira livre às margens da Baía do Guajará reúne centenas de barracas (Wilson Dias/Agência Brasil)

Ingrediente do tradicional pato no tucupi, esta é a ave mais vendida na época do CírioWilson Dias/Agência Brasil

Na barraca de Roberto Dias, vendedor de aves no Ver-o-Peso, as vendas também crescem com a chegada do Círio. "Nessa época dobra, por causa da procura do pato, para a festa do Círio. São vendidos em média 30 a 40 patos por dia. A tradição é o pato na mesa, o frango ou o peru, dependendo do gosto de cada um."

Roberto de Monteiro, que gerencia o restaurante do filho na Estação das Docas, ao lado do mercado Ver-o-Peso, diz que este é o momento para ganhar dinheiro. "É o momento produtivo de todo paraense. Tudo no Pará floresce a partir da santinha [Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do estado]. Hoje por exemplo, num dia normal, daria de 20 a 30 pessoas. Mas já deu aqui o equivalente a mais de 100 pessoas. É a época de ganhar dinheiro", comemora.

De acordo com estimativas da Secretaria de Turismo do Pará, durante as festividades do Círio de Nazaré, tradicionalmente realizadas no mês de outubro, cerca de R$ 30 milhões devem ser injetados na economia do estado durante o evento, o que corresponde a um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Romaria para  Ananindeua

Foram 12 horas até que a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré chegasse ao destino final:  a Igreja Matriz em Ananindeua. O traslado para Ananindeua e Marituba, na região metropolitana de Belém, foi a primeira das 12 romarias oficiais do Círio.

A procissão saiu da Basílica Santuário, em Belém, às 8 da manhã de hoje e só concluiu o percurso às 20h. Segundo Polícia Rodoviária Federal, que fez a condução da imagem, a romaria percorreu 45 quilômetros. De acordo com os organizadores da festa, durante o trajeto a imagem da virgem santa recebeu diversas homenagens e aplausos.

A chuva na chegada a Ananindeua foi interpretada por muitos como bênçãos. A imagem vai passar a noite em vigília na Igreja Matriz, Nossa Senhora das Graças, até a saída da Romaria Rodoviária, neste sábado, às 5h30. Estão previstas mais três romarias para amanhã, uma delas fluvial.

 

*Atualizada às 22h12 para acréscimo de informação

Edição: Nádia Franco

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