Promotoria pede fechamento do porto paraense onde navio naufragou com 5 mil bois

Publicado em 16/10/2015 - 19:58 Por Da Agência Brasil - Brasília

O Ministério Público Federal, o Ministério Público do Pará e a Defensoria Pública do estado entraram com ação judicial pedindo a paralisação total das atividades no Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA), até que sejam removidos as carcaças e o óleo do navio que naufragou no dia 6 com uma carga de 5 mil bois vivos.

Segundo a Defensoria, 4 mil animais mortos e litros de óleo diesel continuam dentro do casco do navio. Centenas de bois mortos foram levados pelas águas do Rio Pará para as margens da praia e ficaram encalhados na areia, provocando mau cheiro e risco para a saúde.

A ação pede ainda que seja assegurado o fornecimento de máscaras contra odor, água potável e ajuda financeira para os moradores atingidos e que seja aprovado um cronograma para retirada do óleo e das carcaças que ainda estão no navio.

“A cidade está um caos. Pedimos o fechamento do porto porque a atividade inviabiliza a retirada da carcaça. Os navios em operação estariam espalhando o óleo no rio”, disse a defensora Aline Rodrigues. “O odor é insuportavel. Os olhos ardem. Moradores estão com dor de cabeça desde o primeiro dia. Sem exagero, a situação é caótica."

Morador da Vila do Conde, o comerciante Paulo Damasceno informou que os as pessoas usam máscaras para suportar o mau cheiro dos animais. “Todo mundo foi atingido. Muita gente está trancada em casa. Crianças e idosos passaram mal com o forte cheiro. Para piorar, muitas famílias não têm mais o sustento da pesca. Ninguém quer mais vir no meu comércio.”

Ainda não se sabe a quantidade de óleo que vazou, mas, segundo o Ministério Público Federal, a mancha se espalhou por alguns quilômetros. A carga de bois mortos no interior do navio é estimada em 3,8 mil toneladas.

A empresa responsável pelo porto é a Companhia Docas do Pará, que ainda não revelou como vai retirar as carcaças do navio. Uma das solucões apresentadas foi enterrar os restos mortais em um terreno da cidade, mas a população protestou contra a medida.

“A população está desesperada. Quem conseguiu ir para outros lugares, foi. As pessoas andam de máscara e dificilmente saem de casa. O problema está só começando”, afirmou a defensora.

Em nota, a Companhia Docas do Pará informou que está se esforçando para restabelecer as condições operacionais, ambientais e de segurança da área atingida. Entre outras medidas, acrescentou que colocou barreiras de contenção para evitar a dispersão do óleo vazado da embarcação.

Edição: Armando Cardoso

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