Prefeito do Rio é cauteloso diante de proposta de municipalização das UPAs

Publicado em 29/12/2015 - 22:53 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter Agência Brasil - Rio de Janeiro

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, revelou que, até o momento, não recebeu qualquer proposta do governo do estado do Rio de municipalização das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), mas adiantou que a prefeitura é “muito ciosa” do que tem e em sua administração foram construídos cinco hospitais, além de 140 clínicas da família. Atualmente 22% do orçamento municipal são usados em gastos com a área de saúde. “Eu tenho orçamento para pagar as minhas contas. Acho que os governos têm que assumir as suas responsabilidades, pagar as suas contas e se organizar. Esse negócio de casa arrumada é fundamental para poder seguir avançando”, disse.

Paes garantiu que a rede municipal de saúde está preparada para absorver qualquer demanda, principalmente, na atenção básica. “Com as clínicas da família a gente avançou muito nisso. Tanto que os hospitais do município seguraram bem no Natal essa deficiência, infelizmente, nos hospitais do Estado e vamos continuar segurando. A nossa responsabilidade é essa e trabalhamos em parceria com o governador e com o governo federal para poder prestar melhor serviço à população”, analisou.

O prefeito disse não ter ideia de quanto seria o custo para a transferência das UPAs para a administração municipal, mas destacou que a prefeitura não está quebrada com a falta de recursos diante da crise econômica, porque só assume compromissos que pode pagar. “Isso é algo que as donas de casa ensinam para a gente. Uma boa dona de casa organizada sabe disso. Vai no crediário o que se pode pagar, então, a prefeitura do Rio é igual a boa dona de casa, só assume conta que a gente pode pagar, serviço que a gente pode prestar e qualidade de vida que a gente pode oferecer para a população”.

Depois da crise no sistema de saúde do estado que, sem recursos, teve interrompidos serviços em hospitais e UPAs, o secretário de Saúde Felipe Peixoto, que deixará o cargo no início de 2016, disse que as unidades deveriam ser municipalizadas. Na avaliação dele, com a crise econômica e a redução na arrecadação de tributos, o governo estadual deveria ficar responsável por atendimentos mais complexos e especializados, passando para os municípios as UPAs.

Para resolver a situação emergencial, a prefeitura do Rio emprestou, por meio de convênio, R$ 100 milhões ao governo estadual, que receberá ainda R$ 135 milhões do Ministério da Saúde, além de R$ 152 milhões correspondnete à receita prevista do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Hoje em nota à população, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio informou, por meio do Gabinete de Crise, que os hospitais estaduais Rocha Faria, Albert Schweitzer, Carlos Chagas, Getúlio Vargas, Adão Pereira Nunes, Azevedo Lima, Alberto Torres, Hospital da Mulher Heloneida Studart, Hospital da Mãe e Melchíades Callazans funcionam normalmente.

A nota alerta, no entanto, que por se tratrarem de unidades de urgência e emergência, pacientes de baixa complexidade serão encaminhados para UPAs e/ou locais de atenção básica. “Todos os pacientes serão atendidos considerando sua classificação de risco, dos mais graves para os menos graves”, assegurou.

O Gabinete de Crise reconheceu que algumas UPAs estão com restrição de atendimento. Entre elas as de Campo Grande, na zona oeste, onde somente os casos mais graves de clínica médica e de pediatria estão sendo atendidos. Para os outros casos, a recomendação é que os pacientes procurem o Hospital Estadual Rocha Faria, no mesmo bairro. O mesmo ocorre na UPA de Santa Cruz também na zona oeste. Na Baixada Fluminense, pelo mesmo motivo, os pacientes das UPAs de Nova Iguaçu recebem a recomendação de procurar atendimento no Hospital Geral da cidade.

Edição: Fábio Massalli

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