Operação Lignum explode serrarias ilegais e prende madeireiros no Maranhão

Publicado em 10/03/2016 - 19:11 Por Maiana Diniz – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Operação Lignum explode madeireiras no Maranhão

Operação Lignum, no noroeste do Maranhão Divulgação/Ibama

Uma ação de combate à extração ilegal de madeira no entorno de áreas de proteção no noroeste Maranhão – a Operação Lignum – teve início nesta quarta-feira (9), com o envolvimento de 200 servidores do Ibama, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério Público Federal. Hoje (10) pela manhã, 10 serrarias ilegais de médio porte foram desativadas com o uso de explosivos. Cada instalação tinha capacidade para processar, em média, 50 metros cúbicos de madeira por dia.

O coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, falou do benefício de destruir a infraestrutura dos infratores. “Tem equipamentos caros, pesados, complexos, e se não forem inutilizados, vão voltar a usá-los. Muitas dessas serrarias já haviam sido autuadas no passado, mas voltaram a funcionar. Então, adotando essa medida mais drástica, essa desativação por meio de explosão dos principais equipamentos, geramos prejuízo aos infratores”, disse.

A Operação Lignum (madeira em latim) é resultado de uma ação civil pública do MPF, no Maranhão, para impedir a degradação florestal em áreas protegidas, em especial nas Terras Indígenas Alto Turiaçu, Caru e Awá, e na Reserva Biológica do Gurupi.

Schmitt falou sobre a importância das reservas, que, juntas, equivalem a cerca de 1 milhão de hectares de Floresta Amazônica, no Maranhão. “Não existe mais floresta lá, esse é o último maciço, o último fragmento. Além da importância ecológica, nessa área vivem três etnias indígenas. Parte deles optaram por viver em isolamento, então proteger essas áreas é imprecindível para o meio ambiente e para manutenção dessas etnias.”, disse.

Desde o início da ação, o Ibama aplicou 10 multas por infrações ambientais que totalizam R$ 1,7 milhão. Também foram apreendidos quatro caminhões e uma empilhadeira. A PF prendeu 11 pessoas envolvidas em crimes ambientais, sendo 10 prisões em flagrante e uma preventiva, e apreendeu duas armas. A PRF apreendeu oito caminhões usados para transportar madeira ilegal. A organização está atuando na segurança da operação, com apoio da Polícia Civil de Goiás (GT3), da Polícia Civil do Distrito Federal (DOE) e da Polícia Militar Ambiental do Maranhão.

Exploração madeireira

A madeira extraída ilegalmente das áreas protegidas é transportada por estradas clandestinas até as serrarias em caminhões adaptados, chamados toreiros. Nas serrarias, a madeira é processada e comercializada no Maranhão e em outros estados.

O Ibama informou que a exploração legal de madeira na região pode ser feita por meio de planos de manejo florestal sustentável e do aproveitamento decorrente de autorização de supressão da vegetação para uso alternativo do solo. No entanto, durante a Operação Lignum o órgão verificou que algumas áreas autorizadas foram fraudadas para acobertar madeira ilegal. Novas ações estão programadas para ocorrer em toda a região.

Edição: Maria Claudia

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