Governo entrega mais 4.626 imóveis para famílias do Rio de Janeiro

Foi o maior número de residências já entregues de uma só vez no estado

Publicado em 26/06/2016 - 18:38 Por Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Entrega das chaves de mais de 4 mil moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, nas zonas Norte e Oeste da cidade, em evento no Centro Esportivo Miécimo da Silva (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Solenidade de entrega das chaves de mais de 4 mil moradias do programa Minha Casa, Minha Vida nas zonas norte e oeste do Rio de JaneiroFernando Frazão/Agência Brasil

O governo federal entregou hoje (26), na zona norte do Rio de Janeiro, 4.626 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. Este foi o maior número de residências já entregue de uma só vez no estado. Até o fm do ano, o número de unidades entregues chegará a cinco mil imóveis.

A solenidade de entrega das chaves ocorreu no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, e foi presidida pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo, para quem o ato é a garantia do governo federal de que o programa segue firme, apesar da troca de comando do Executivo.

Com investimentos que ultrapassam os R$ 207 milhões, os empreendimento contam com rede de água, esgoto, drenagem, energia elétrica, iluminação publica pavimentação e urbanização, além de áreas de lazer e unidades adaptadas para pessoas portadoras de deficiência.

“Esta solenidade é uma demonstração de que o Minha casa, Minha vida segue firme. É uma das maiores entregas já feitas de uma só vez no país. Ela vem com a certeza de que retomamos as obras de construção de mais de 70 mil obras paralisadas pelo governo anterior. Teremos ainda mais um volume expressivo de entregas de residências no estado até o fim do ano. Serão mais cinco mil unidades”.

As unidades habitacionais entregues hoje se destinam às pessoas com renda familiar mensal de até 1,6 mil e devem beneficiar, segundo cálculos do próprio Ministério das Cidades, cerca de 17 mil pessoas, que passaram a ter a sua casa própria.

As unidades estão localizadas nos bairros de Campo Grande e Santa Cruz, na zona oeste da cidade, e na Pavuna, na zona norte. Na na próxima semana mais cerca de 500 unidades estarão sendo entregues nas localidades de Botafogo 1 e 2, em Costa Barros, na Pavuna.

Rio de Janeiro - Secretário municipal de Habitação e Cidadania, Sérgio Zveiter, durante entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O secretário Sérgio Zveiter infrormou que as demais unidades serão entregues na próxima semanaFernando Frazão/Agência Brasil

Contempladas

Entre as 4.426 famílias beneficiadas estava a de Inácia Ferreira da Silva, de 75 anos. Acompanhada de filhos e netos, ela era só alegria. “Graças a Deus. Só Jesus para me dar esta sorte. Foi com sacrifício e, somente aos 75 anos, tive direito à casa própria. Fiz a inscrição em Santa Cruz, botei fé e fui fui chamada. Agora estou aqui, onde fui muito bem recebida”, comemorou.

Moradora de Santa Cruz, Inácia foi contemplada com uma casa na localidade conhecida como Lote 14, no mesmo bairro da zona oeste. Igual sorte teve Cristiane Magalhães, 39 anos. Mãe solteira, com filhos já criados e todos na casa dos 16 aos 19 anos, ela disse à Agência Brasil de sua felicidade ao ser contemplada com uma casa na Estrada de Campinhos, também em Campo Grande.

“Estou mesmo muito satisfeita. Fiz a inscrição já tem tempo, mas estava aguardando com paciência. Não perdi a fé. Agora já posso dizer que a espera valeu a pena. Já tenho minha casa própria e estou saindo do aluguel”, afirmou.

Entre as mais de duas mil pessoas que estiveram no Centro Esportivo, Cristiane Magalhães, de 39 anos, filha ao colo, era só protesto.

“A gente assinou o contrato de compra. Estamos aqui e, na hora de pegar a chave, nada: não fomos contemplados. E isso depois de seis anos esperando para poder receber a casa. Ficamos aqui sem ninguém explicar nada”, protestou Cristiane.

Moradora da Pavuna, Cristiane era uma das cerca de 500 famílias que terão de aguardar para receber as chaves na próxima semana. Cristiane e as demais famílias protestaram ao lado do secretário municipal de Habitação e Cidadania, Sérgio Zveiter.

“O problema é que essas pessoas que estão gritando ainda não foram chamadas. Pelas normas da Caixa Econômica, o imóvel só pode ser entregue quando 80% do conjunto onde está localizado já foi completado e este não é o caso das localidades de Botafogo 1 e 2”, informou o secretário.

Rio de Janeiro - O ministro das Cidades, Bruno Araújo, após entregar mais de 4 mil moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, nas zonas Norte e Oeste da cidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Conforme Bruno Araújo, o governo entregará um milhão de residências até o fim do mandato de TemerFernando Frazão/Agência Brasil

“Com isso, a Caixa quer evitar problemas futuros, porque se todos ou a maioria dos imóveis não foram ocupados de uma vez haverão invasões e depois vira um problema na Justiça para a reintegração de posse”, justificou Zveiter.

“As cerca de 600 unidades de Botafogo 1 e 2 serão entregues na próxima semana. Quem já escolheu já sabe até o número do apartamento. Quem não escolher até lá ficará sabendo ou terá de esperar outra ocasião. Mas todos os que se inscreveram e vieram confirmar esta inscrição serão contemplados”, garantiu.

Investimentos

De acordo com o ministro Bruno Araújo, desde 2003 o governo federal mantém, por meio do Ministério das Cidades, uma carteira de investimentos de R$ 55,18 bilhões somente no estado do Rio de Janeiro. Desse total, R$ 17,2 bilhões se destinam à contratação de 226.242 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha vida.

Na cidade do Rio de Janeiro, o montante é de R$ 34,69 bilhões, sendo R$ 6,27 bilhões para contratação de 83,8 mil unidades. Em todo o país, os valores ultrapassam R$ 572,11 bilhões, com a contratação de mais de quatro milhões de unidades habitacionais.

Moradias

Araújo adiantou que o governo federal pretende entregar um milhão de residências até o último dia de mandato do presidente Interino Michel Temer, em 31 de dezembro de 2018, caso o Senado Federal confirme o afastamento da presidenta Dilma Rousseff.

Conforme o ministro, o governo pretende lançar um novo programa para investir no melhoramento das condições das residências em todo o país.

“A ideia é permitir que as famílias promovam melhorias em suas habitações que estiverem em condições precárias (reforma de teto, reboco, foça sanitária e ampliação), de modo que se possa dar melhor condições de moradia aos dependentes e familiares”, acrescentou o ministro, sem detalhar o programa.

Edição: Armando Cardoso

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