Risco de turistas pegarem zika é o mesmo com ou sem Olimpíada, diz OMS

Publicado em 14/06/2016 - 21:22 Por Aline Leal - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu hoje (14), após reunião de seu comitê de emergência, que os riscos individuais de os turistas pegarem zika em áreas de transmissão da doença são os mesmos independentemente de um evento de massa, como as olimpíadas, estar ocorrendo ou não. Além disso, o comitê considerou que o perigo de o megaevento ampliar a propagação internacional do vírus é muito baixo.

A reunião, que teve a participação de especialistas de vários países, inclusive do Brasil, resultou na manutenção da emergência internacional devido ao vírus Zika e suas complicações neurológicas em bebês. A OMS reforçou que a única recomendação de restrição de viagem para a Olimpíada do Rio de Janeiro é para mulheres grávidas.

A entidade também aconselha que gestantes cujos parceiros sexuais vivem ou viajam para áreas onde há epidemia de zika usem preservativo nas relações sexuais ou se abstenham de sexo durante a gestação. 

Para a organização, viajantes que irão para áreas onde há surto do vírus Zika devem ser aconselhados sobre os potenciais riscos e sobre as medidas a serem tomadas para reduzir a possibilidade de exposição à picada do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus. Os turistas também devem ser alertados sobre o contágio por via sexual e, ao retornarem, devem tomar as medidas apropriadas, incluindo a prática de sexo seguro para evitar a transmissão.

Em conversa com jornalistas no começo da noite, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que o governo seguirá todas as determinações da entidade internacional. “As recomendações são as mesmas que a OMS tinha feito antes: que façamos uma distribuição de preservativos e repelentes, o que já estava previsto pelo Comitê Olímpico e pelo Ministério da Saúde e nós vamos seguir.”

Zika

O vírus Zika começou a circular no Brasil entre 2013 e 2014, mas teve os primeiros registros feitos pelo Ministério da Saúde em maio de 2015.

Até o segundo semestre do ano passado, o que se sabia sobre a doença era que sua evolução costumava ser benigna e que os sintomas – geralmente erupção cutânea, fadiga, dores nas articulações e conjuntivite, além de febre baixa – eram mais leves do que os da dengue e da febre chikungunya, também transmitidas pelo Aedes aegypti.

Porém, em outubro de 2015, exames mostraram a presença do vírus no líquido amniótico de um bebê com microcefalia, que morreu logo depois do nascimento. Em 28 de novembro, o Ministério da Saúde confirmou que, quando gestantes são infectadas pelo vírus, podem gerar crianças com microcefalia, uma malformação irreversível do cérebro que pode vir associada de danos mentais, visuais e auditivos. Pesquisadores confirmaram que a Síndrome de Guillain-Barré também pode ser ocasionada pelo Zika.

Em fevereiro deste ano, a OMS declarou emergência em saúde pública de importância internacional por causa das implicações da infecção pelo vírus.

Boletim mais recente do Ministério da Saúde mostra que 1.551 bebês nasceram com microcefalia entre outubro do ano passado e o dia 4 de junho. 

 

Edição: Luana Lourenço

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