Por mais direitos e empregos, centrais sindicais promovem atos pelo país

Segundo a Força Sindical, os protestos ocorrem em pelo menos sete

Publicado em 25/11/2016 - 13:19 Por Fernanda Cruz, Léo Rodrigues e Vladimir Platonow - Repórteres da Agência Brasil - São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro

As centrais sindicais promovem hoje (25) atos e manifestações em pelo menos sete estados. De acordo com levantamento da Força Sindical, os protestos ocorrem em São Paulo, no Amazonas, na Bahia, no Maranhão, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

As entidades criticam projetos do governo em votação no Congresso – como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 que restringe os gastos públicos pelos próximos 20 anos – e reivindicam mais direitos e empregos.

Rio de Janeiro

Na noite desta sexta-feira (25),  duas manifestações se encontraram no centro do Rio e formaram um único protesto. Uma passeata contra a possível aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 saiu da Igreja da Candelária, reunindo centrais sindicais, trabalhadores e estudantes.

Os manifestantes seguiram pela Avenida Rio Branco, auxiliados por um carro de som, e se encontraram com outra passeata, que lembrava o Dia de Combate à Violência contra a Mulher. Os dois grupos se juntaram e seguiram juntos para a frente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Um dos organizadores do ato contra a PEC 55, Carlos Henrique Tibiriçá, o Caíque, explicou o motivo do protesto. “Este governo quer passar, a ferro e fogo, esta PEC que legisla por 20 anos, durante cinco governos, congelando o orçamento, trazendo malefícios à saúde e à educação. O ajuste é necessário, mas quem tem que pagar pela crise são os ricos, pois 45% dos gastos do governo são para pagar juros e amortização da dívida, que não foi o povo que contraiu”, sustentou Caíque.

Para o estudante do ensino médio Pablo Spinelli, um dos líderes das ocupações de escolas ao longo deste ano no Rio, a aprovação da PEC poderá prejudicar a educação no país.
“Estou aqui contra a PEC 55, que congela investimentos em saúde e educação, e vai nos afetar diretamente. Outro motivo que me fez vir é a Reforma do Ensino Médio", disse Pablo.

A universitária Carol Rocha disse que a violência às mulheres também está relacionada à possível aprovação da PEC 55. “Hoje é o dia internacional de luta contra a violência à mulher latina e caribenha. A gente sabe que no Brasil as mulheres morrem vítimas da violência, pelos estupros e pela porrada. Também estamos aqui contra a PEC 55, que vai atingir principalmente as mulheres, pois são elas que sofrem mais com a precarização da saúde, pois são as responsáveis pela saúde da família, enfrentando filas e levando os filhos para consultas”, disse Carol, que estuda artes na Universidade Federal Fluminense (UFF).

O governo federal defende a necessidade de aprovação da PEC 55 para equilibrar as contas públicas, melhorando o quadro financeiro do país pelos próximos anos e gerando uma expectativa econômica mais positiva de investidores e agentes econômicos.

São Paulo

Na capital paulista, o protesto das centrais ocorreu no fim da manhã no viaduto Santa Ifigênia. Os organizadores estimam que 2 mil manifestantes concentraram-se em frente ao prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), diz que a reforma da Previdência não pode prejudicar os aposentados.

“As centrais não são contra a reforma da Previdência, as centrais acham que é importante para acabar com privilégios. Não existe uma previdência, no Brasil, universal, tem previdência para o setor urbano, público, para os militares, os políticos, pessoal da Justiça. Queremos uma previdência unitária”, disse Juruna.

Para o presidente estadual da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NSCT), Luís Gonçalves, direitos trabalhistas têm que ser preservados. Ele critica a proposta de terceirização das atividades fim das empresas e diz que é contrário à proposta de que acordos coletivos entre empresas e trabalhadores prevaleçam sobre direitos consagrados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Os manifestantes planejam seguir até o prédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na capital paulista, no início da tarde.

Belo Horizonte

Na capital mineira, estudantes, trabalhadores e militantes de movimentos sociais ocuparam nesta manhã (25) ruas do centro da cidade em protesto contra medidas do governo, entre elas, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que fixa um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, e a Medida Provisória 746, que flexibiliza o currículo comum obrigatório do ensino médio no país. As reformas previdenciárias e trabalhistas, em discussão no Planalto, também foram alvos de críticas. Os manifestantes se reuniram às 11h na Praça da Estação e de lá seguiram para a Praça Sete.

O ato foi convocado pela Frente Brasil Popular, composta por centrais sindicais, sindicatos e diversas entidades dos movimentos sociais. Um grupo de estudantes que ocupam prédios da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) saíram em marcha da Escola de Belas Artes, na Pampulha, para se juntar aos demais manifestantes na Praça Sete.

 

* A matéria foi ampliada às 21h40

Edição: Lílian Beraldo

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