Ato público pede justiça por assassinato de vendedor ambulante no metrô paulista
O ato em apoio ao ambulante morto na noite de Natal (25), na Estação Dom Pedro II, do Metrô de São Paulo, reuniu dezenas de pessoas na tarde desta terça-feira (27), na entrada da estação, para protestar contra a falta de segurança e a violência no transporte metropolitano da capital paulista. Segurando faixas e velas, os participantes pediam justiça pela morte de Luiz Carlos Ruas, agredido após defender um morador de rua homossexual, que teria se desentendido com os dois agressores.
Organizado em uma página do Facebook, o ato Justiça #mortenometro contou com a participação de ativistas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), da Pastoral do Povo de Rua e do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. Organizador do ato, o vendedor Bruno Diego Alves disse que um dos objetivos do evento é alertar sobre a necessidade de aumentar a segurança nas estações.
“Que fique o alerta para o metrô coloque mais seguranças dentro das estações. Tem gente morrendo aqui, e isso é inadmissível”, lamentou. Para ele o ato mostrou que as pessoas não toleram mais os crimes praticados nas estações. “O ato teve essa repercussão, e isso mostra que as pessoas ainda ficam indignadas, que a morte dentro do metrô não se torne algo comum. Aliás em nenhum local”, acrescentou.
O diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Marcos Freire, disse que os trabalhadores têm dificuldades em atender a todos os usuários pela falta de pessoal. “Temos um déficit de mais de 600 funcionários para atender vocês no transporte público. Então, estamos aqui para juntar nessa manifestação, para que este tipo de crimes de ódio não aconteçam mais no espaço do metrô”, afirmou.
Representando a Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, o padre Júlio Lancelotti esteve no ato em solidariedade ao ambulante morto. “É clara a questão homofóbica nesse assassinato, a nossa pressão é muito importante”, defende o padre, Conhecido defensor dos moradores de rua, ele pediu aos presentes um minuto de silêncio para uma prece, "cada um dentro da sua fé, da sua forma de pensar, em respeito às pessoas atingidas – especialmente ao Luiz. A nossa oração é para que não desanimemos”, salientou.
Entre os participantes, a garçonete Elisete Oliveira acha que o crime não pode ficar impune. Para ela, “foi uma injustiça o que fizeram os agressores e, afinal, cadê os guardas que não estavam aqui? Nunca vi uma viatura aqui. Hoje, passei e já tinha uma”.
Colaboradora da Pastoral do Povo da Rua, Ana Maria da Silva Alexandre acredita que o ato serve para que crimes de ódio não se tornem comuns. “Este ato é importante para não deixar passar em branco, está ficando comum a violência". Segundo ela, a violência contra transsexuais e homossexuais é muito grande no país, e tem que acabar. "A gente tem que ter paz, temos que respeitar a vida”, defende.
Outro ato está marcado pela comunidade LGBT para a próxima sexta-feira (30), às 15h, no mesmo local.