Polícia Federal combate fraudes em instituto de Previdência em Rondônia

Publicado em 12/12/2016 - 15:53 Por Andreia Verdélio* - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A Polícia Federal (PF) desarticulou hoje (12) uma organização criminosa que praticava gestão fraudulenta e corrupção ativa e que atuava no Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho-RO (Ipam). Além da capital, o grupo atuava em outros cinco municípios de Rondônia. A Operação Imprevidência contou com apoio de auditores da Previdência Social. A Justiça Federal determinou o afastamento do presidente do Ipam e a proibição de cinco investigados de frequentarem o local.

Segundo a PF, a organização formada por empresários, corretores de investimentos, lobistas e servidores públicos tentou aplicar R$ 80 milhões do Ipam em fundos de investimentos “podres”, considerados de alto risco e difícil recuperação, como contrapartida no repasse de recursos para a campanha de reeleição do atual prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif. Para isso, os investigados teriam pressionado e tentado corromper servidores públicos com o oferecimento de propina. A organização pretendia captar R$ 250 milhões junto aos institutos de previdência para as aplicações.

Setenta e três policiais federais cumpriram 30 mandados judiciais, sendo quatro de prisão temporária, 19 de busca e apreensão, além de sete de condução coercitiva. Os mandados foram cumpridos nos estados de São Paulo e Rondônia. Os investigados responderão, na medida das responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, gestão fraudulenta e corrupção ativa.

O prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif, negou qualquer vínculo de sua administração com instituições financeiras envolvendo o Ipam e disse que não houve nem haverá aplicação em fundos de investimentos “podres” durante seu mandato. De acordo com o prefeito, a “economia do país é frágil e esses fundos de investimentos são de risco”.

Segundo ele, várias empresas propuseram pegar dinheiro da Previdência, dando como contrapartida a construção de moradias e aplicações, o que foi negado. Ainda na nota, Nazif informa que, em 2012, um ano antes de ele assumir a prefeitura, a gestão que o antecedeu investiu R$ 78 milhões do Ipam em um fundo “podre”, dos quais existem apenas R$ 37 milhões. Segundo ele, um processo administrativo para apurar responsabilidades foi aberto e encaminhado para o Tribunal de Contas do Estado.

Ainda no documento, Nazif diz que sua gestão dobrou o Fundo de Previdência do Ipam, que hoje tem um saldo acima de R$ 400 milhões, e se coloca à disposição para colaborar com as investigações da Polícia Federal.

 

* A matéria foi ampliada às 11h58 do dia 13 de dezembro para incluir a resposta do prefeito de Porto Velho

Edição: Amanda Cieglinski

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