PM diz que protestos prejudicaram planejamento do policiamento no Engenhão

Publicado em 13/02/2017 - 17:14 Por Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro Mulheres de policiais militares bloqueiam entrada de diversos batalhões no estado desde a última sexta-feira (10)

Mulheres de PMs bloqueiam entrada de batalhões  desde sexta-feiraVladimir Platonow/Agência Brasil

A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) disse hoje (13) que os protestos de familiares dos policiais, que bloqueiam a saída de alguns batalhões desde sexta-feira (10) prejudicaram o planejamento do policiamento ontem (12) no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na zona norte da cidade.

Antes do jogo entre Flamengo e Botafogo, um tiroteio nos arredores da arena deixou um torcedor morto e sete feridos, dois deles em estado grave.

A corporação não divulgou os números do efetivo empregado na operação “por uma questão estratégica”, mas reconheceu que “não há como negar que houve prejuízo no planejamento por conta do protesto dos familiares”.

Segundo a PM, “uma fração do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) teve dificuldade para sair do quartel, sendo necessário o remanejamento de policiais de outras unidades para cobrirem o jogo.”

Policiais de cinco batalhões foram mobilizados para a operação no Engenhão: do Gepe, de unidades do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA), do 3º BPM (Méier), do Batalhão de Ação com Cães (BAC), e Batalhão de Polícia de Choque das unidades da Baixada Fluminense e da Zona Oeste.

Federação

A Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) informou, em nota, que o planejamento para o jogo ocorreu conforme o protocolo, com reunião antecipada envolvendo a própria federação, os clubes, a Polícia Militar, a Guarda Municipal, a Corpo de Bombeiros, a CET-Rio, o Juizado do Torcedor e a Polícia Civil, cabendo à PM a palavra final sobre as questões de segurança, mas com a anuência dos demais presentes, conforme ata da reunião.

Segundo a Ferj, o responsável pela partida procurou as forças de segurança para saber se havia condições de ocorrer o jogo. “No dia do jogo (12/02), diante da preocupação de possíveis manifestações e posteriormente dos relatos de distúrbios fora do Estádio Nilton Santos, o delegado da partida e diretor de competições da Ferj, Marcelo Vianna, manteve contato e aconselhou-se diretamente com os responsáveis pelo policiamento interno e externo e foi cientificado da existência de garantias e condições para a realização da partida.”

A federação também informou que, dentro do estádio, a partida transcorreu “em clima desportivo, sem registros policiais”. Na nota, e entidade diz lamentar e repudiar os “episódios de violência fora das dependências do Estádio Nilton Santos, fatos contra os quais clama por solução há vários anos e que infelizmente contabiliza vítimas da barbárie que não pode ser atribuída a nenhum torcedor, como o óbito ontem ocorrido”.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os dois torcedores feridos no tiroteio continuam internados no Hospital Municipal Salgado Filho e sem previsão de alta. Um está em estado grave, mas estável, e o outro passou por cirurgia ontem e se recupera bem.

Edição: Luana Lourenço

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