Governo argentino questiona voos militares entre as Malvinas e o Brasil

Publicado em 02/03/2017 - 13:07 Por Débora Brito - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, participa de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional para discutir a agenda e as perspectivas de atuação da pasta (Marcelo Camarg

O  Ministério  da  Defesa,  comandado  por  Raul  Jungmann,  informou  que  o  caso  está  sendo 

analisado  pela  Força  Aérea  Brasileira  (FAB)          Marcelo  Camargo/Arquivo/Agência  Brasil

O governo da Argentina divulgou nota em que demonstra preocupação com o registro de voos militares do Reino Unido realizados entre as Ilhas Malvinas e o Brasil. O documento foi publicado ontem (1º) no site do Ministério das Relações Exteriores argentino. Segundo a nota, no ano passado, 16 foram realizados pelo menos seis voos militares da Força Aérea Britânica entre aeroportos brasileiros e a base aérea inglesa nas Ilhas Malvinas.

A soberania sobre o território das Malvinas, situadas no extremo sul do Oceano Atlântico em área marítima da Argentina, é disputado entre a Argentina e o Reino Unido há mais de 180 anos. A disputa inclusive motivou, na década de 80, uma guerra entre os dois países que durou mais de dois meses. Atualmente, o arquipélago é administrado pelo governo britânico.

A chancelaria argentina demonstrou preocupação com o caso dos voos militares entre o arquipélago e o Brasil, uma vez que há uma orientação entre os países integrantes do Mercosul de não receber em seus aeroportos aviões militares britânicos que venham das Malvinas, exceto em situações previstas e acordadas pelo bloco.

Segundo o informe argentino, o Brasil respondeu que não tinha conhecimento dos voos e que se comprometeu a consultar o Ministério da Defesa brasileiro sobre esta ocorrência. A embaixada brasileira em Buenos Aires sinalizou à chancelaria argentina que os voos podem estar relacionados a questões humanitárias ou emergências de caráter técnico.

A nota lembra que, em 2015, houve registro de 12 voos britânicos entre o Brasil e as Malvinas e, na ocasião, a resposta brasileira foi similar à deste ano. O Itamaraty informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que não vai se manifestar sobre a solicitação do país vizinho.

O Ministério da Defesa informou que o caso está sendo analisado pelo governo brasileiro.

* Matéria alterada às 18h30 para atualização de informações.

Edição: Augusto Queiroz

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