Atos lembram um ano da morte de duas pessoas em queda da ciclovia Tim Maia

Publicado em 21/04/2017 - 14:46 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Familiares e amigos fazem ato em Copacabana em memória de Eduardo Marinho, morto há um ano na queda da Ciclovia Tim Maia, em São Conrado(Tomaz Silva/Agência Brasil)

Rio de Janeiro - Familiares e amigos fazem ato em Copacabana em memória de Eduardo MarinhoTomaz Silva/Agência Brasil

Um ato com amigos e familiares homenageou o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, 54 anos, um dos dois mortos após a queda de um trecho da Ciclovia Tim Maia, entre São Conrado e Leblon, na orla da zona sul do Rio de Janeiro, há exatamente um ano. A outra vítima foi o gari comunitário Ronaldo Severino da Silva, 60 anos.

O médico Ricardo Sertan, 56 anos, amigo de infância de Eduardo, disse que o ato na Praia de Copacabana na manhã de hoje (21) era para lembrar a vida do engenheiro que “se foi de uma maneira trágica e absurda”. “Era uma pessoa alegre, do bem, que sempre tinha uma palavra de conforto. Não queríamos deixar essa data passar em branco”.

“Eduardo morava em São Conrado e foi correr na ciclovia. Nós íamos nos encontrar em Ipanema depois. Era um dia de ressaca, mas nada absurdo, e ele se foi numa situação trágica em que uma onda bateu e derrubou a ciclovia. Todo mundo acredita que foi negligência, uma construção malfeita, mal elaborada, mal planejada”, acrescentou.

Em julho, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra 14 pessoas pela queda de trecho da Ciclovia Tim Maia. Os acusados vão responder por homicídio culposo (sem intenção de matar).

Rio de Janeiro - Ato na Ciclovia Tim Maia, em São Conrado, lembra os dois mortos há um ano na queda de parte do equipamento (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Rio de Janeiro - Ato na Ciclovia Tim Maia, em São Conrado, lembra os dois mortos há um ano na queda de parte do equipamento Tomaz Silva/Agência Brasil

O movimento Salvemos São Conrado também organizou um ato no início da ciclovia para lembrar os dois mortos. Segundo Marcelo Farias, 41 anos, morador da Rocinha e um dos organizadores do protesto, o objetivo é não deixar que as mortes e o acidente caiam no esquecimento. “As pessoas se acostumaram com a impunidade. Não pode cair no esquecimento”, disse.

Para Farias, a ciclovia não deveria ter sido construída naquele local, já que as ondas batem com força no costão rochoso em algumas épocas do ano. “A gente luta para que as obras sejam fiscalizadas”.

Interdição

No fim de março, a Justiça do Rio decidiu manter a interdição do trecho da Ciclovia Tim Maia que desabou durante uma ressaca no costão rochoso do bairro do Vidigal e matou as duas pessoas que passavam pelo local na hora. Mesmo interditada, pedestres e ciclistas se arriscam a passar pelo trecho interditado.

Na decisão, o juiz Marcello Alvarenga, titular da 9ª Vara de Fazenda Pública do Rio, determinou que o município promova os reparos e providências constantes no laudo elaborado após vistoria realizada pelo Conselho Regional de Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ), que apontou a necessidade de realização de várias intervenções para garantir a segurança do equipamento.

 

Edição: Amanda Cieglinski

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