Linha do BNDES para exportação na área da defesa terá US$ 35 bi em 20 anos

Publicado em 05/04/2017 - 18:11 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Sílvia Bastos Marques, disse hoje (5) que a nova linha de financiamento da instituição para exportação de soluções e produtos na área da defesa terá US$ 35 bilhões nos primeiros 20 anos, com possibilidade de ampliação de acordo com a demanda.

A nova linha de crédito para o setor foi anunciada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, na abertura da Feira de Defesa e Segurança LAAD 2017, no Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro - Feira LAAD Defesa e Segurança 2017 reúne fornecedores de equipamentos, serviços e tecnologias para as Forças Armadas e forças policiais, no Riocentro (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Feira LAAD Defesa e Segurança 2017 reúne fornecedores de equipamentos, serviços e tecnologias para as Forças Armadas e forças policiaisFernando Frazão/Agência Brasil

Segundo Maria Sílvia, a medida vai dar competitividade aos produtos brasileiros da indústria de defesa em concorrências internacionais, em um mercado em que a articulação é importante, já que os negócios são feitos diretamente pelos governos e não por empresas

O BNDES vai flexibilizar suas linhas de financiamento de acordo com as licitações que forem realizadas, podendo atingir até 100% de participação no empréstimo. Os prazos para pagamento são longos, de 25 anos, com carência de 5 anos e flexibilização de mecanismos de garantia, de acordo com a presidente do banco. A taxa de juros ainda não foi definida.

Segundo Maria Silvia, o cargueiro aéreo KC390, produzido pela Embraer, é um produto financiável por essa nova linha.

Igualdade de condições

O superintendente da área de Exportações do BNDES, Leonardo Pereira, disse que a nova linha vai permitir ao Brasil participar de concorrências internacionais em igualdade de condições com os demais países. “Vai tentar oferecer as mesmas condições de spread (diferença entre o que o banco paga ao tomar um empréstimo e o que ele cobra ao conceder um empréstimo), prazos, demanda de garantias, para a gente fazer um matching dessas concorrências.”

Segundo Pereira, a área da defesa exige uma flexibilização nas condições de financiamento porque envolve volumes muito elevados e de alto valor agregado e, “geralmente, envolve dívidas soberanas”.

A exportação na área da defesa envolve sistemas de monitoramento, integração, de segurança e bens. Segundo o superintendente do BNDES, são mercados promissores a América Latina, África, alguns países europeus e a Ásia.

Edição: Luana Lourenço

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