Operação contra tráfico no Rio termina com uma morte e deixa 10 mil sem aula

Publicado em 27/04/2017 - 15:17 Por Douglas Correa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A Polícia Militar e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, realizaram hoje (27) uma operação para desarticular uma quadrilha de traficantes que atua nos municípios de Guapimirim, na Baixada Fluminense, e Teresópolis, na região serrana.

A ação se estendeu a várias comunidades. Uma pessoa morreu, duas ficaram feridas e outras duas foram presas, segundo a Polícia Militar. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer, a operação deixou quase 10 mil crianças sem aula, impedidas de ir para a escola por medida de segurança.

Foram expedidos mandados de prisão contra 11 denunciados, além de 31 de busca e apreensão em Guapimirim, Duque de Caxias, Teresópolis e nas comunidades do Jacaré, Mandela, Parque União, Nova Holanda, 5 Bocas e Pica-Pau, na zona norte do Rio, que serviriam como entreposto para remessa de drogas e armas. Os mandados foram expedidos pelo juiz Rubens Soares Sá Viana Junior, da Comarca de Guapimirim.

A organização criminosa era comandada por Paulo Roberto Vasconcellos Júnior, conhecido como Vascaíno, acusado de coordenar a venda e a distribuição de entorpecentes e de controlar a contabilidade da associação.

Transporte da droga

A maior parte da droga era fornecida por Gerson Roberto Willrich, que buscava o entorpecente em comunidades da Ilha do Governador, do Parque União, do complexo da Maré e na favela do Jacarezinho.

A droga era transportada para Guapimirim pelo mototaxista Alessandro da Costa Monteiro, conhecido como Romarinho, e por Luiz Eduardo de Oliveira Coelho, o Peixada. O carregamento seria recebido pelos denunciados Rômulo Nascimento, Matheus Couto e Marlon Rodrigues, responsáveis pela redistribuição e venda da droga na região.

No terceiro escalão atuavam Marlon Neif Andrade, Diego dos Reis Macedo e Thiago Anselmo. Eles seriam os responsáveis pelo transporte das drogas e pela venda direta de entorpecentes.

Segundo a denúncia, o cabo Edson Coelho de Moraes,  valendo-se da condição de policial militar, era o responsável pelo transporte do material bélico entre o Rio e Guapimirim, para abastecer a associação criminosa.

Em nota, a Polícia Militar informou que, até o momento, 10 mandados de prisão foram cumpridos em diversas localidades. No Parque União, equipes prenderam dois suspeitos e outros dois foram levados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, sendo apreendidas uma pistola, 10 carregadores de fuzil, drogas e um rádio transmissor. Também no Complexo da Maré, policiais do Batalhão de Ações com Cães apreenderam um fuzil e droga.

A PM informa ainda, na nota, que, durante a ação em comunidades da zona norte, houve confronto com equipes de policiais. Um suspeito ferido no Jacarezinho foi socorrido para o Hospital Municipal Salgado Filho, onde não resistiu aos ferimentos e morreu. Com ele, de acordo com a PM, foi apreendida uma pistola automática. Brendo Souza e Silva, de 21 anos, morreu ao chegar ao hospital. A Polícia Militar não tinha se pronunciado sobre a morte do jovem até o fechamento da matéria.

Edição: Kleber Sampaio

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