MP investiga policiais militares que participaram de operação na Cidade Alta

Publicado em 09/05/2017 - 12:08 Por Douglas Correa – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro vai investigar a conduta dos policiais militares do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM Olaria), unidade responsável pelo policiamento na comunidade, durante operação contra o crime organizado na Cidade Alta, ocorrida na madrugada do dia 2 de maio. À época, uma quadrilha rival de Parada de Lucas tentou tomar os pontos de venda de drogas da Cidade Alta, região considerada estratégica por estar nas proximidades da BR-040 (Rio-Juiz de Fora) e da Avenida Brasil, uma das principais ligações da zona portuária do Rio à zona oeste, com 54 quilômetros de extensão.

A medida tem por base notícias sobre a transferência de nove sargentos do batalhão e áudio informando que um grupo de policiais teria recebido R$ 1 milhão para transportar traficantes de volta à comunidade, dentro do caveirão, na retomada do território. Caveirão é o nome com que ficou conhecido popularmente o veículo blindado usado pelos policiais.

Entre as primeiras diligências incluídas na portaria de instauração do procedimento investigatório estão o depoimento do comandante do 16º BPM para esclarecimentos.

Os promotores de Justiça Alexandre Themístocles e Eduardo Campos, do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública, requisitaram também as fichas disciplinares dos policiais militares transferidos do batalhão, recentemente, bem como minucioso relatório do emprego de viaturas blindadas da Polícia Militar em operações policiais na Cidade Alta, do dia 1º ao dia 5 deste mês, e indicando os nomes dos integrantes das guarnições.

Versão da Polícia Militar

A assessoria  da Polícia Militar informou, por meio de nota, que a Corregedoria Interna da corporação instaurou um procedimento de apuração para verificar  as circunstâncias do caso. Quanto às transferências, trata-se de um ato administrativo do comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar para preservar a apuração dos fatos, diz a PM.

(*) Texto alterado às 14h09 para acréscimo de informações

Edição: Lílian Beraldo/Kleber Sampaio

Últimas notícias