Campanha alerta sobre prevenção a doenças vasculares no Rio

Publicado em 13/09/2017 - 17:50 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A Cinelândia, situada na região central do Rio de Janeiro, foi palco hoje (13) da primeira ação gratuita da campanha nacional Setembro Vascular, lançada pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ). O objetivo da campanha é alertar a população sobre os sintomas das doenças vasculares e sobre a importância de um diagnóstico precoce.  A meta é reduzir o número de complicações e de mortes por doenças vasculares, segundo o presidente da sociedade, Carlos Peixoto.

Uma grande estrutura inflável em formato de artéria ficou exposta durante toda a manhã para a população. O protótipo mostrava um vaso sanguíneo envelhecido, sem os cuidados necessários. “Da mesma forma que as pessoas tomam conta do seu dinheiro, devem tomar conta da saúde, para evitar as doenças”, recomendou Peixoto.

Segundo o especialista, entre as doenças que mais matam no mundo, as mais prevalentes são os acidentes vascular e cerebral junto com o enfarto do miocárdio. Além da idade e de antecedentes familiares, o médico disse que o diabetes, o crescimento da obesidade, a presença de doenças venosas de membros inferiores, o tabagismo, a vida sedentária e o aumento do estresse são fatores de risco que acabam propiciando a doença vascular.

Eventos

Dentro da campanha, estão previstos eventos na Praia do Leme, zona sul da capital fluminense, no próximo dia 24. Além de consultas e exames, está programado um aulão de educação física para estimular o combate ao sedentarismo.

No dia 26, a iniciativa será repetida em Petrópolis, região serrana do estado. A campanha se estenderá até o mês de outubro, quando a campanha chegará aos municípios de Volta Redonda, no Centro-Sul fluminense; Cabo Frio, na Região dos Lagos; e Macaé, no norte do estado.

A proposta é levar informação para a população, em especial, a menos favorecida e a que tem menos contato com a mídia. No dia 30, os médicos levarão a campanha Setembro Vascular ao Calçadão de Madureira, zona norte da cidade do Rio.

Escolas

Carlos Peixoto ressaltou que a campanha tem foco especial nas escolas que são, na avaliação dele, o local onde começa a obesidade. Segundo o especialista, a culpa não é da criança, mas dos pais e da própria escola, que “não oferece alimentos saudáveis”.

De acordo com Peixoto, é preciso informar que alimentos gordurosos, frituras e excesso de açúcar, por exemplo, são muito ruins para a saúde. “A obesidade é um fator de risco para o futuro”, disse.

Nas universidades, o foco principal devem ser as meninas que começam a tomar anticoncepcionais muito cedo. Elas devem ser orientadas a sempre procurar informações médicas antes de iniciar qualquer tipo de medicação. Já as grávidas devem ser informadas sobre o cuidado com o sobrepeso e a necessidade de usarem meias elásticas durante a gestação.

“Na verdade, o segredo está em uma boa administração da sua vida. Se você administrar bem os 50  primeiros anos, vai ter, com certeza, uma saúde e longevidade maiores nos próximos anos.”

SUS

Por meio de acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), a SBACV-RJ está desenvolvendo projeto em ambulatório do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), para tratamento gratuito de pacientes com varizes.

“Estamos tratando mil pacientes a cada ano, por três anos, com espuma densa”, informou Carlos Peixoto.

Essa técnica é voltada para pacientes com varizes avançadas, que têm veias muito dilatadas e feridas ou úlceras nas pernas.

A vantagem dessa técnica é que ela não exige internação hospitalar nem oferece risco cirúrgico e é feita ambulatorialmente.

“Isso tem permitido reduzir a fila [de espera para tratamento vascular]”, disse o presidente da SBACV-RJ. De acordo com levantamento feito pela entidade, quase 3 mil pacientes do Rio de Janeiro aguardam consulta em cirurgia vascular. A maioria é composta de candidatos a tratamento de varizes de membros inferiores. A pesquisa revela ainda que 60% dos pacientes diabéticos com ferida, que procuram atendimento em hospitais de emergência do município, são submetidos a amputação.

Segundo Peixoto, os 3 mil pacientes que estão na fila procuraram o serviço público e se cadastraram no Sistema de Regulação em Saúde (Sisreg). A parcela da população que tem doenças vasculares, entretanto, é muito maior, estimou o médico.

De acordo com levantamento do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) de 2012, mais de 853 mil mortes foram registradas em decorrência de doenças do aparelho circulatório, sendo essa a principal causa de morte no Brasil - 40,9% do número de mortes por doenças crônicas não transmissíveis.

Edição: Lílian Beraldo

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