Juiz pede ao STJ que traficante My Thor permaneça em presídio no Paraná

Publicado em 29/09/2017 - 14:11 Por Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Rafael Estrela, recorreu à Presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o traficante de drogas Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, detido no Rio de Janeiro, permaneça no presídio federal de Catanduvas (PR), onde está desde 2006.

O traficante é um dos 55 chefes do tráfico que podem voltar ao Rio, devido a pedido de habeas corpus feito pela Defensoria Pública da União (DPU) ao Supremo Tribunal Federal (STF), propondo que todos os detentos que estão há dois anos ou mais no sistema penitenciário federal retornem a seus estados de origem. Entre eles também está Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, suspeito de ter dado ordem para uma quadrilha invadir a Favela da Rocinha, no último dia 17.

O magistrado alegou conflito de competência, já que o juiz-corregedor da Penitenciária Federal de Catanduvas havia determinado a volta de My Thor para o Rio, onde o criminoso continua fazendo parte da “mais alta cúpula da facção criminosa denominada Comando Vermelho, conhecida como comissão, conselho ou colegiado”.

De acordo com o documento do Tribunal de Justiça do Rio, enviado ao STJ, My Thor exerce liderança no crime organizado no Rio. Segundo a polícia, ele teria influenciado a ação de resgate do irmão dele, Nicolas Labre Pereira Firmino de Jesus, o Fat Family, também traficante, que estava sob custória no Hospital Souza Aguiar. O resgate ocorreu em julho do ano passado, e Fat Family foi morto dois meses depois, em confronto com a polícia, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.

Em seu ofício, o juiz também argumentou que informações colhidas pela inteligência da Secretaria de Segurança mostram que My Thor teria participado, com outros traficantes, do plano para retomar a Rocinha de uma facção rival.

Prisão

O traficante Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, foi preso em 5 de maio de 2000, por policiais do serviço reservado do 2º Batalhao de Polícia Militar, de Botafogo, zona sul do Rio, no Morro Santo Amaro, no Catete, onde comandava o tráfico de drogas. A polícia chegou a My Thor após receber uma denúncia anônima.

My Thor ficou conhecido pela sua crueldade. Segundo a polícia, ele costumava punir severamente moradores dos morros que comandava (além do Santo Amaro, ele é líder do tráfico no Morro Azul, também na zona sul), que não obedeciam às suas ordens. Em 1997, My Thor condenou um adolescente de 14 anos à tortura por ter praticado um assalto próximo ao morro. O rapaz chegou a ser baleado nas mãos e na coxa direita.

Edição: Maria Claudia

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