Estupros voltam a crescer em SP em outubro, mas outros tipos de crimes caem

Publicado em 27/11/2017 - 19:19 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

O número de casos de estupro voltou a crescer em todo o estado de São Paulo no mês de outubro. Foram 1.094 ocorrências de estupro em outubro deste ano, aumento de 15,04% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foram registradas 951 ocorrências. Com exceção do estupro, em outubro houve queda em todos os indicadores de criminalidade.

Este foi o sétimo mês do ano em que foi registrado aumento no número de casos de estupro em relação ao ano anterior. Nos meses de junho, agosto e setembro ocorreram queda. Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, parte desse aumento pode ser explicado pelas campanhas incentivando as vítimas a denunciar o crime.

“Recentemente foi lançada uma campanha contra o assédio nos meios de transporte [de São Paulo] e notamos aumento significativo nos registros [denúncias de assédio] de cerca de 45%, desde quando foi lançada a campanha. Isso é sinal de que as mulheres, com razão, estão procurando noticiar esse tipo de prática para podermos combater com mais eficiência e efetividade”, falou ele. O número exato de denúncias de assédio nos meios de transporte não foi divulgado pela secretaria.

De acordo com o secretário, o estupro é um crime difícil de ser combatido principalmente porque, na maioria dos casos, ele ocorre dentro da própria família ou com pessoas conhecidas. “Entre 78% a 82% desses crimes ocorre entre quatro paredes, entre pessoas que já possuem relacionamento familiar, de amizade, de vizinhança, entre colegas de trabalho. Nesse tipo de ação fica muito difícil a prevenção dos organismos policiais. Por isso é importante ter o perfil de quem pratica isso, para mapear esse tipo de infração”, falou.

O secretário disse que tem acompanhado esse indicador de perto e que acredita que, em muitos registros, poucos casos viram ações penais ou inquérito policial. “Muitos registros, e isso não altera a gravidade da situação, são de situações que, só de ler, você percebe que aquilo não representa a prática de um crime. A desconfiança de que uma criança pode ter sido abusada porque ela está apresentando um comportamento estranho, leva ao registro de um boletim de ocorrência que, às vezes, pode positivar a ocorrência do crime ou não”.

Balanço da criminalidade em SP

Com exceção do estupro, em outubro houve queda em todos os indicadores de criminalidade. Não houve ocorrência, por exemplo, de casos de extorsões segundo sequestro. De acordo com o secretário, foi a primeira vez que não houve registro desse tipo de crime no estado. “Pela primeira vez na série histórica, o indicador ficou zerado. Esse crime vem caindo ao longo dos últimos anos, graças ao trabalho das polícias e do cuidado das pessoas”, falou o secretário.

Os casos de homicídios dolosos apresentaram as taxas mais baixas da série histórica (iniciada em 1991), com o registro de 246 casos no estado, redução de 95 ocorrências em comparação a outubro do ano passado. O número de vítimas de homicídios - que pode ser maior que o número de casos porque cada caso pode ter mais de uma vítima - apresentou queda de 23,38%, com o registro de 272 mortes.

Os latrocínios caíram 45,59% em outubro, com 20 casos. Foi a quarta queda consecutiva desse tipo de crime no ano. É o patamar mais baixo desde 2010.

Os furtos em geral caíram pouco: 0,08%, com o registro de 43.132 boletins de ocorrência. É o número mais baixo em três anos. Já os roubos caíram 13,6%, com 23.980 casos, patamar mais baixo desde 2013.

Edição: Amanda Cieglinski

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