Falta de monitoramento em obras causou cratera em Petrópolis, diz Defesa Civil

Publicado em 06/12/2017 - 17:05 Por Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Deslizamento na BR-040, que liga o Rio de Janeiro a Juiz de fora, destruiu uma casa e abriu uma cratera às margens da pista. A Secretaria de Defesa Civil de Petrópolis interditou 50 casas (Divulgaçã

Deslizamento em Petrópolis na BR-040, que liga o Rio de Janeiro a Juiz de ForaDivulgação/Prefeitura de Petrópolis

A  Secretaria de Defesa Civil de Petrópolis, na região serrana do Rio, divulgou um laudo que aponta que a falta de monitoramento das obras do túnel da Nova Subida da Serra,  abandonadas desde novembro de 2016, foi um fator determinante para o deslizamento de terra e abertura de uma cratera  às margens da rodovia Rio-Juiz de Fora (BR-040), no dia 7 de novembro.

O documento foi entregue ao Ministério Público Federal (MPF) e aponta a relação entre as obras e a abertura da cratera às margens da BR-040, na altura do Contorno. O documento destaca que o monitoramento da área interna do túnel possibilitaria aos responsáveis pela obra acompanhar possíveis soltura das placas e outros sinais de instabilidade.

O episódio ocorrido no início de novembro levou à interdição de mais de 50 casas na região, conhecida como Vale da Escola. Ninguém ficou ferido. O relatório informa ainda que, por medida de segurança, não existe prazo para a liberação da pista, da Escola Municipal Leonardo Boff e dos imóveis. De acordo com os técnicos, a liberação da área será possível somente após a realização de intervenções estruturais no interior túnel.

De acordo com o secretário de Defesa Civil de Petrópolis, Paulo Renato Vaz, “obras em túneis requerem atenção especial, pois assim como as barragens, por exemplo, a concentração dos esforços num ponto de fragilidade pode comprometer toda a estrutura. Nesse sentido, a paralisação da obra foi um fator determinante”, explicou.

De acordo com o secretário, não há prazo para liberação das áreas interditadas. “Não trabalhamos com nenhum prazo ou previsão para a liberação das casas, da escola ou da pista, sem que aconteçam intervenções efetivamente estruturantes no interior das escavações. O que está em jogo é a vida das pessoas e não podemos colocá-la como ponto de interrogação", avaliou.

O laudo foi elaborado após a análise dos documentos entregues pela Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio (Concer), com as informações sobre o traçado do túnel, os dados de monitoramento do deslocamento do solo, as sondagens rotativas. Em nota, a Concer informou que as investigações conduzidas pela companhia prosseguem e, portanto,  ainda não há conclusão sobre os responsáveis pelo ocorrido.

Cinquenta e seis famílias do Contorno receberam ajuda financeira da Concer para o aluguel de imóveis após a interdição, além de cestas básicas e produtos de higiene. Outras 40 famílias da comunidade Zizinho, que é mais afastada do local da cratera e foi interditada preventivamente,  também receberam o auxílio. Segundo a concessionária, do total de 96 famílias, 34 que já conseguiram alugar imóveis receberam kits de eletrodomésticos e outros utensílios.

 

Edição: Amanda Cieglinski

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