PF e CGU apuram suspeita de desvio de recursos de merenda escolar no Amapá

Publicado em 15/12/2017 - 17:44 Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil - Brasília

A Polícia Federal (PF), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram hoje (15), em Macapá, a segunda fase da Operação Senhores da Fome, que investiga a suspeita de desvio de recursos públicos destinados à merenda escolar.

Entre os alvos da operação está o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas no Amapá (Sistema OCB-AP), Gilcimar Pureza, preso em caráter preventivo. Também foram cumpridos mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a prestar depoimento e liberada em seguida) e de busca e apreensão. Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

Segundo a PF, Pureza é suspeito de ameaçar membros de uma cooperativa vinculada ao Sistema OCB-AP e que é investigada por não ter entregue às escolas estaduais os alimentos da agricultura familiar adquiridos com recursos públicos. Ainda de acordo com a PF, as ameaças feitas por Pureza tinham o objetivo de calar e impedir que os dirigentes da cooperativa colaborassem com as investigações.

Em nota, o Sistema OCB-AP afirmou que já vinha contribuindo com a PF, tendo se colocado à disposição para prestar qualquer esclarecimento e entregar toda a documentação que os investigadores considerassem necessária às investigações. “A OCB-AP é uma instituição extremamente séria e comprometida e atua apenas como órgão sindical e registral das cooperativas, sempre focada no interesse do Cooperativismo do Estado do Amapá”, garante a entidade.

A primeira fase da Operação Senhores da Fome foi deflagrada no fim de outubro, quando cerca de 100 policiais federais cumpriram quatro mandados de prisão temporária, sete mandados de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão, em Macapá.

Na ocasião, a PF divulgou que empresários, diretores de escola e servidores da Secretaria Estadual de Educação eram suspeitos de desviar cerca de R$ 2 milhões destinados à compra de merenda escolar para várias cidades amapaenses. De acordo com as investigações, no início de 2016, vários diretores assinaram o termo de recebimento dos alimentos sem, entretanto, recebê-los.

Edição: Denise Griesinger

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