Cariri Encantado é tema do Terreirada Cearense, no Rio

O bloco, inspirado na cultura popular da região do Cariri, saiu na

Publicado em 10/02/2018 - 17:29 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Bloco Terreirada Cearense toca ritmos nordestinos em homenagem ao Cariri durante apresentação na Quinta da Boa Vista (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O Terreirada Cearense apostou nos ritmos nordestinos em homenagem ao Cariri durante sua apresentação na Quinta da Boa Vista Fernando Frazão/Agência Brasil

Com muito forró de raiz, cocos, peças de reisado e cantoria, o bloco Terreirada Cearense, inspirado na cultura popular da região do Cariri, no Ceará, fez sua concentração neste sábado (10) na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, bairro imperial do Rio de Janeiro. O coordenador do bloco, Geraldo Jr., o Junu, e seus parceiros desenvolveram um espetáculo musical com canções autorais e grandes clássicos da música popular brasileira, para refletir a beleza e a diversidade do Cariri.

No ano passado, o bloco se inspirou nas figuras e guerreiros do reisado para compor as fantasias. Este ano, o tema escolhido foi o Cariri Encantado e os seres fantásticos criados em escultura de madeira, principalmente, pelos artesãos do Cariri. “São seres metade humano, metade bicho, jacarés de três cabeças, etc”, disse Juno à Agência Brasil. As fantasias são feitas de forma coletiva.

O Terreirada Cearense, que tem 150 componentes, costuma arrastar 10 mil pessoas. Mas em vez de um cortejo, o bloco promove uma espécie de ciranda, inspirada na cultura popular, onde a banda fica atrás tocando. “É como se fosse um grande reisado se apresentando. A gente toca as músicas, canta e as personagens entram”.

Estreias

 

Rio de Janeiro - Bloco Terreirada Cearense toca ritmos nordestinos em homenagem ao Cariri durante apresentação na Quinta da Boa Vista (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O ritmo divertido animou os foliõesFernando Frazão/Agência Brasil

A foliã Lia Jordão estreou este ano no Terreirada tocando percussão. “Já tocava percussão antes, mas em bloco de carnaval é a primeira vez. Estou achando maravilhoso”, disse ela, que considerou o clima do bloco muito bom, tranquilo. “É um carnaval mais autêntico, de pessoas que gostam de brincar, de usar fantasias e apreciam este tipo de música e alegorias, porque aqui vão encontrar pessoas que partilham das mesmas coisas que têm a ver com a música e o brincar”.

O folião João Costa também participou pela primeira vez do bloco, como integrante do cortejo de reisado, na ala dos pernas de pau e só tem elogios ao Terreirada. “É um evento multicultural, que envolve todas as tribos e é legal porque mistura música com circo e com gente que gosta de carnaval. É um evento bem bacana, ainda mais se tratando da zona norte do Rio de Janeiro”.

Moradora do Rio, Cristina Rodrigues não conhecia o Terreirada. Veio trazida pela amiga Angélica Guarnieri. “Estou adorando. É bem divertido e tranquilo”, afirmou. Já Angélica é mãe de uma das moças que saem na ala dos pernas de pau e começou a participar das oficinas em abril do ano passado.  “Ela adora”, disse.

Diversidade

 

Rio de Janeiro - Bloco Terreirada Cearense toca ritmos nordestinos em homenagem ao Cariri durante apresentação na Quinta da Boa Vista (Fernando Frazão/Agência Brasil)

A diversidade foi a tônica do Terreirada Cearense Fernando Frazão/Agência Brasil

O capixaba Fernando Santos mora no Rio de Janeiro há nove anos e há quatro anos frequenta o Terreirada Cearense. Para ele, o bloco representa a diversidade cultural da cidade. “É um espaço democrático e uma boa opção para o carnaval”.  Já Ana Lúcia de Andrade mora no Rio há 20 anos e gosta do Terreirada “porque lembra a animação do povo nas festas de São João” de sua terra natal, a Paraíba.

Duas oficinas formam o bloco hoje: a de percussão e a de pernas de pau. As pessoas gostam muito do bloco, que faz uma louvação da diversidade, salientou Junu. “Todo mundo é bem-vindo. Temos um discurso de diversidade, de tolerância, de amor ao próximo. Vamos entrar nessa sintonia de respeito, de carinho, porque o carnaval se faz assim”, assegurou.

Edição: Augusto Queiroz

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