Angra dos Reis recebe telas com inseticida para proteção contra febre amarela

Publicado em 15/03/2018 - 18:30 Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Em parceria com a prefeitura de Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro iniciou hoje (15) a instalação de telas com inseticida em casas de moradores da Ilha Grande para proteger quem não pode ser vacinado contra a febre amarela. Angra dos Reis é a primeira cidade do estado a receber o material, cedido pelo Ministério da Saúde.

Segundo informou a SES, por meio de sua assessoria de imprensa, o projeto-piloto tem o objetivo de conter o avanço da doença em regiões com casos já registrados. O município é o local com maior número de casos da doença no território fluminense: até o último dia 13, Angra tinha contabilizado 40 casos de febre amarela e 14 óbitos.

De acordo com o Ministério da Saúde, não podem tomar a vacina: crianças menores de 9 meses de idade; mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade; pessoas com alergia grave ao ovo; pessoas que vivem com HIV; pessoas em de tratamento com quimioterapia/radioterapia; pessoas portadoras de doenças autoimunes e pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).

O secretário de Estado de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr., salientou que o governo está trabalhando com todas as ferramentas possíveis para evitar a ocorrência de mais casos de febre amarela. “As telas vão ajudar a proteger quem não pode tomar a vacina, mas esse público é bem reduzido. Já vacinamos 10,7 milhões de pessoas, mas precisamos alcançar um total de 14 milhões para que todo nosso público-alvo esteja protegido”, afirmou.

As telas funcionam como uma barreira física contra os mosquitos Haemagogus e Sabethes, que transmitem a doença, além de estarem impregnadas com inseticida piretroide, que elimina os mosquitos quando entram em contato com o material. A medida é uma aliada na proteção de pessoas que não podem tomar a vacina, mas deve ser acompanhada também de outras precauções, como uso de repelentes, explicou o secretário.

Gravidade

Nesta quinta-feira, foram instaladas telas em cinco residências da Praia Vermelha, na Ilha Grande. A área foi escolhida por ser a região com maior número de casos da doença. A previsão é de que, ao longo de duas semanas, outras residências também recebam as telas. Ao todo, serão cerca de 80 pessoas beneficiadas com a medida na região.

As telas já foram usadas antes no Brasil para auxiliar no combate à malária e também durante o surto de zika e agora estão sendo utilizadas pela primeira vez para o combate à febre amarela. As telas são fornecidas já impregnadas com o inseticida. Cabe à prefeitura a tarefa de instalação.

O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, Mário Sérgio Ribeiro, ressaltou que o órgão está oferecendo o equipamento de proteção para outras regiões do estado. Ele ressaltou que a medida é importante pois “ajuda a proteger um público específico. Hoje, por exemplo, instalamos a tela na casa de uma moradora com duas bebês de quatro meses. Essas crianças não podem sair da Ilha Grande por conta do trabalho dos pais e ainda não têm idade para tomar a vacina; então, as telas vão ajudar na proteção”, afirmou Mario Sérgio Ribeiro.

Edição: Denise Griesinger

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