São Paulo tem teste gratuito de HIV/Aids e recebe ação de prevenção

Publicado em 08/03/2018 - 19:01 Por Bruno Bochini – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

São Paulo - O Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) oferece teste rápidos e gratuitos para HIV, hepatite B e C e sífilis, em Bom Retiro, na região central (Rovena Rosa/Agência Brasil)

No estado de São Paulo existem 3.738 unidades de saúde onde o paciente pode fazer o exame HIV/Aids gratuitamente Rovena Rosa/Agência Brasil

As pessoas que passaram hoje (8) pelo Parque da Luz, no centro da capital paulista, puderam fazer gratuitamente o teste para detecção de HIV e sífilis. A ação, do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, faz parte das atividades relacionadas ao Dia Internacional da Mulher.

“Faz tempo que eu estava querendo fazer, eu acho muito importante. O atendimento foi bom, não está demorado. Faz um furo no dedo apenas. Eu ainda não recebi o resultado, demora uns 20 minutos. Já tinha feito há muito tempo e queria estar em dia”, disse Tatiana Santana dos Santos, de 37 anos.

O teste rápido é feito após a realização de um pequeno cadastro. São coletadas duas gotas de sangue, uma para o teste de HIV e outra para o de sífilis. O resultado fica pronto em cerca de 20 minutos e é entregue por um profissional da saúde em uma sala isolada. Todo o procedimento é sigiloso e gratuito.

O coordenador do setor de prevenção do programa municipal de DST/Aids da Secretaria de Saúde Municipal, Adriano Queiroz, contou como é o encaminhamento em caso de resultado positivo. “[Após o teste] são passadas informações sobre prevenção e tratamento. Se der reagente para Sífils ou HIV nós encaminhamos para o serviço de saúde. No caso aqui, para a detecção de Sífilis, nós temos de encaminhar as pessoas para fazer um outro exame, o VDRL. Para o HIV, a gente faz um segundo teste para confirmar se é positivo mesmo”.

Segundo os últimos dados epidemiológicos disponíveis, a cidade de São Paulo registrou, em 2016, 5.193 casos de HIV/Aids, dos quais 991 ou 19,1% no sexo feminino. A atual proporção é de um caso de Aids em mulher para cada três notificações em homens. A proporção se mantém desde 2010. Já para HIV, desde 2015, são cinco casos masculinos para cada caso feminino.

As mulheres entre 35 e 39 anos concentram a maioria dos casos (15,7%) de Aids e as mais jovens, entre 25 e 29 anos (16,7%), são a maioria dos registros de HIV na capital. A Aids - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - é a doença que se manisfesta após a infecção do organismo humano pelo HIV, ou Vírus da Imunodeficiência Humana.

Levantamento da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), que entrevistou médicos ginecologistas e obstetras sobre o atendimento a adolescentes de 13 a 19 anos, mostra que 32,38% dos profissionais responderam que menos da metade das adolescentes atendidas utilizam preservativo na primeira relação sexual. Já 45,26% afirmaram que apenas uma pequena parte faz uso de preservativo na primeira relação.

Quando indagados se a adolescente utiliza preservativo rotineiramente, 45,93% dos médicos disseram “menos da metade”, e 39,97% afirmaram que isso ocorre com apenas uma pequena parcela. A maioria dos médicos (55,56%) afirmaram ter a percepção de que a maioria das adolescentes não sabe que o preservativo ajuda a evitar a transmissão de DSTs.

No estado de São Paulo existem 3.738 unidades de saúde onde o paciente pode fazer o exame HIV/Aids gratuitamente. Os testes são realizados nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e nas unidades da rede pública. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136) ou pelo site.

Matéria alterada às 13h05 do dia 12/03 para correção de informações. No primeiro parágrafo, o correto é que o teste detecta HIV e sífilis e não Aids/HIV e sífilis, como informado inicialmente. No terceiro parágrafo, Adriano Queroz é coordenador do setor de prevenção do programa municipal de DST/Aids e não do programa mundial de DST/Aids, como publicado inicialmente. Na última linha do terceiro parágrafo, o segundo teste para confirmação do resultado positivo é um teste para HIV e não para Aids.

 

Edição: Denise Griesinger

Últimas notícias