Jogar Copa América no Brasil é uma honra, diz auxiliar técnico

Para Cléber Xavier, isso, no entanto, não significa favoritismo

Publicado em 23/05/2019 - 16:32 Por Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil - Teresópolis

A disputa da Copa América no próprio país é uma honra para a seleção brasileira, sem que isso transforme o time em favorito na competição. A análise é de Cléber Xavier, auxiliar técnico e braço direito do treinador Tite. Alguns jogadores da seleção já estão concentrados na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), para a competição, a partir de 14 de junho, quando o Brasil estreia contra a Bolívia, no Estádio Morumbi (SP).

“Para nós é importante se fortalecer mentalmente, positivamente. É uma honra para o grupo de atletas e para todos disputar uma copa da grandeza da Copa América, jogando no seu país. Lembro de conquistas da Copa América do Brasil aqui e a gente gostaria muito de repetir. A gente tem muito como objetivo fazer uma boa copa, chegar à final e conseguir a conquista do título”, disse Cléber.

Segundo ele, a presença da torcida brasileira vai ser um incentivo a mais para o time. De acordo com a CBF, pelo regulamento da Copa América, a seleção não poderá voltar, após cada jogo, para a Granja Comary, ficando sempre hospedada na cidade onde será realizado o jogo, o que permitirá um contato maior com os torcedores nas capitais onde jogará.

O auxiliar técnico da seleção brasileira de futebol, Cléber Xavier, durante entrevista coletiva, no centro de treinamento da Granja Comary, em Teresópolis.
O auxiliar técnico da seleção brasileira de futebol, Cléber Xavier, durante entrevista coletiva, no centro de treinamento da Granja Comary, em Teresópolis. - Fernando Frazão/Agência Brasil

“Vamos usar a força da nossa torcida e vamos trabalhar para que a gente atue bem, chamando cada vez mais a torcida, para que ela nos acompanhe como nos acompanhou durante as eliminatórias”, declarou o auxiliar técnico, que acompanha Tite há quase duas décadas.

O Brasil terá 22 dias de treinamento antes da estreia, com dois amistosos, um contra o Catar, em Brasília, no dia 5 de junho, e outro contra Honduras, em Porto Alegre, no dia 9.

Além da comissão técnica, já estão na Granja Comary os jogadores Filipe Luis, Ederson, Casemiro, Fernandinho, Gabriel Jesus, Richarlison e David Neres. Eles serão auxiliados nos treinos por jogadores da base de diversos clubes, até a chegada do grupo completo.

Depois da Bolívia, o Brasil enfrentará a Venezuela, no dia 18, na Arena Fonte Nova, em Salvador, e o Peru, no dia 22, na Arena Corinthians. A final será disputada no dia 7 de julho, no Estádio Maracanã.

Veja a galeria de imagens do primeiro treino da seleção, realizado nesta quinta-feira, na Granja Comary

Estilo de jogo

 Primeiro treino da seleção brasileira de futebol para a Copa América 2019, no centro de treinamento da CBF, na Granja Comary, em Teresópolis.
Primeiro treino da seleção brasileira de futebol para a Copa América 2019, no centro de treinamento da CBF, na Granja Comary, em Teresópolis. - Fernando Frazão/Agência Brasil

De acordo com a CBF, a forma de jogar da seleção é definida pelo controle das ações da partida. Nos últimos oito jogos, o time obteve 64% de posse de bola e 617 passes completados, em média. Também é clara a busca incessante pelo gol, com uma média de 15 finalizações por partida.

A equipe é mais jovem comparada à que disputou a Copa do Mundo de 2018. A média de idade é de 27,2 anos na Copa América, enquanto na Rússia foi de 28,1 anos.

Segundo Cléber, a seleção aposta na mescla entre juventude e experiência. Dos 23 jogadores convocados, oito participarão do primeiro torneio oficial pela seleção principal.

“Ajuda no processo de renovação mesclar um jogador novo com um mais experiente. Aqueles que chegam, como os oito atletas que nunca participaram de uma competição [pelo grupo principal], eles vão se sentir melhor tendo ao lado deles um Daniel Alves, um Thiago Silva, um Casemiro. Nossa seleção é muito nova. Temos só três jogadores com mais de 100 partidas pela seleção. Mas são jogadores experientes, que trazem para esses meninos que chegam essa tranquilidade, essa confiança”, disse Cléber.

Adversários

O auxiliar técnico listou as seleções que ele considera as mais difíceis na Copa América e frisou que, embora o Brasil sempre seja apontado como favorito em qualquer torneio, isso não existe, e que o mais importante é vencer os dois amistosos e as primeiras partidas, para dar tranquilidade ao grupo.

“Como está havendo muita mudança de treinadores e renovações de elenco, tem muita coisa que a gente vai ficar atento dentro da competição. Eu tenho acompanhado bem de perto o Catar, porque é o nosso primeiro adversário [em jogo amistoso], acho que vem como uma surpresa boa, pela forma como jogou a Copa da Ásia. A Venezuela, para mim, é a grande surpresa. Já nos últimos anos vem com um bom trabalho de base. Peru fez uma boa Copa do Mundo. E os tradicionais, Argentina e Uruguai, sempre com sua força, não esquecendo a Colômbia, que é um futebol que a gente respeita muito. Temos que cuidar do nosso trabalho, focando em Catar, Honduras e começando a dar uma espiada na Bolívia”, disse Cléber.

A Copa América tem três grupos, cada um com quatro times. Além de seleções sul-americanas, foram convidadas uma seleção da Ásia e uma do Oriente Médio. No grupo A, estão Brasil, Bolívia, Venezuela e Peru. No grupo B, estão Argentina, Colômbia, Paraguai e Catar. E no grupo C, estão Uruguai, Equador, Japão e Chile.

Edição: Fernando Fraga

Últimas notícias