Justiça do Rio liberta jovem suspeito de possuir radiotransmissor

Supostamente, o rádio era usado para repassar informações ao tráfico

Publicado em 06/08/2019 - 21:50 Por Léo Rodrigues - repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) levou a soltura, nesta tarde (6), do jovem Weslley Rodrigues, de 21 anos, uma semana após sua prisão. Durante uma operação realizada no dia 30 de julho, no Complexo do Alemão, policiais atribuíram a ele a posse de um radiotransmissor que poderia ser usado para repassar informações a traficantes.

Familiares sustentam que o equipamento não pertence a Weslley e afirma que o flagrante foi forjado. Eles obtiveram apoio da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que solicitou o alvará de soltura. A juíza Simone Rolim atendeu o pleito considerando que Weslley não possuía antecedentes criminais, tem emprego comprovado, informou endereço fixo e é estudante da rede pública de ensino. Segundo a magistrada, a liberdade do jovem não traz riscos para o andamento do processo.

"É de se mencionar que o crime de que trata a presente ação penal tem como pena mínima legalmente prevista dois anos de reclusão sendo o custodiado primário e de bons antecedentes. Não há nada mais nos autos a justificar a segregação do indiciado em cárcere", escreveu na decisão.

Em nota, a Defensoria Pública mencionou a existência de relatos que divergem da versão policial. "Segundo testemunhas, o jovem estava conversando com um amigo da loja que fica ao lado da que ele trabalha, quando começou o tiroteio. Eles entraram para se refugiar. Na sequência, policiais entraram no estabelecimento e atribuíram a ele a posse de um radiotransmissor. Wesley teria sido agredido com um tapa na cara no momento da prisão", diz o texto.

Para a Defensoria, a prisão foi uma medida desproporcional considerando o teor da acusação e o fato de que o jovem possui trabalho comprovado e matrícula escolar em vigência. Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Militar não se manifestou.

O processo no qual Weslley é acusado terá prosseguimento, mas ele responderá em liberdade. Por outro lado, conforme a decisão da juíza Simone Rolim, ele terá que comparecer mensalmente à Justiça e não poderá sair do Rio sem autorização judicial.

Edição: Liliane Farias

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