Sistema de aviso prévio pode ajudar a combater incêndios, diz ministro

Ernesto Araújo concedeu entrevista à Agência Brasil, no Rio de Janeiro

Publicado em 28/08/2019 - 20:55 Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Em entrevista hoje (28) à TV Brasil e à Agência Brasil, na Casa Firjan, no Rio de Janeiro, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que o governo estuda a criação de um sistema de aviso prévio de focos de incêndio ou algum tipo de monitoramento, que permita combater os focos de maneira mais rápida, nos próximos anos.

“Tivemos vários anos com incêndios mais altos, mas este é o primeiro ano que nós estamos enfrentando isso, nessa administração, e estamos já nos posicionando para mudar algumas coisas e termos mecanismos melhores para enfrentar esses incêndios na Amazônia”, disse.

Segundo o ministro, o Brasil está mostrando que tem condições de enfrentar a situação. “Já estamos conseguindo debelar vários focos de incêndio. Acho que vai passar a haver divulgação diária do resultado do combate ao incêndio que já está sendo bastante positivo”.

Balanço da Operação Brasil Verde, divulgado na tarde desta quarta-feira em Brasília, mostra que embora ainda não haja confirmação de tendência de extinção do fogo nos próximos dias, o número de focos diminui. Entre os dias 25 e 26 de agosto, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia registrava focos de incêndio espalhados e mais intensos em Rondônia, Amapá, Pará e Maranhão. Já na medição realizada entre os dias 26 e 27 de agosto, o mapa de focos de calor mostrou redução. Em Rondônia, o número de focos de incêndio caiu de 400, quando a Operação começou, para 24.

Ajuda exterior

O ministro confirmou que o governo brasileiro aceitou a ajuda do Chile e de Israel. O presidente chileno, Sebastián Piñera, que está em visita oficial ao Brasil, ofereceu quatro aeronaves. O governo de Israel também ofereceu aviões para auxiliar diretamente no combate às chamas. “Já estamos nos organizando especificamente com esses dois países”, disse Araújo.

O ministro também citou a oferta de 10 milhões de libras do Reino Unido que, segundo o chanceler, são "muito bem-vindos”: “isso configura, no momento, a ajuda que nós estamos recebendo, que é muito valiosa”.

Negociações

Além do empenho no processo de continuação das reformas da Previdência e Tributária, que vão criar um “clima positivo para todas as áreas”, o ministro afirmou que no campo específico das Relações Exteriores, o empenho é na continuação das negociações comerciais.

Na semana passada, o Mercosul (bloco comercial do qual o Brasil faz parte) concluiu as negociações de um acordo comercial com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) e dirige o foco agora para negociações com Canadá, Coreia do Sul e Singapura, além do Japão, que o ministro considera um dos grandes parceiros com quem o governo brasileiro deseja abrir negociações.

Com os Estados Unidos, o chanceler disse que já existe uma sinalização política clara dos presidentes Bolsonaro e Donald Trump de firmar um acordo comercial bilateral. No campo comercial, o ministro definiu a agenda brasileira de "muito ativa".

Democracia

Na América do Sul, Araújo comentou a crise na Venezuela. “Gostaria de não ter que falar tanto de Venezuela, mas é um compromisso nosso muito claro ver a Venezuela de novo como um país democrático”. Segundo ele, o Brasil deseja contribuir para consolidar a América do Sul como uma região com democracia plenamente estabelecida. Para o ministro, essas são as grandes vertentes de trabalho de seu ministério.

Além disso, o ministro também adiantou que trabalha na participação de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece no mês que vem, em Nova York. Segundo ele, o Brasil vai levar uma mensagem clara do que é o “novo Brasil” que o governo está construindo.

Ele também qualificou como fundamental o apoio aos brasileiros no exterior. O ministro pretende dinamizar os serviços consulares. “Atender melhor os brasileiros também é uma prioridade nossa”, concluiu.

Edição: Denise Griesinger

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