Grupo islâmico assume sequestro de jovens estudantes na Nigéria

Publicado em 05/05/2014 - 18:16 Por Da Agência Brasil* - Brasília

O grupo fundamentalista islâmico nigeriano Boko Haram reivindicou hoje (5) ter sequestrado quase 300 jovens, em abril, quase 20 dias após o sequestro. O líder do grupo, Abubakar Shekau, disse que a maioria delas continua em poder do Boko Haram, e que elas serão tratadas como escravas, vendidas e forçadas a casarem-se.

“Raptei as suas moças. Vou vendê-las no mercado, por Alá”, declarou Shekau em um vídeo de 57 minutos. No dia 14 de abril, 276 estudantes foram raptadas em uma escola que frequentavam em Chibok, nordeste do país, no estado de Borno. De acordo com a polícia nigeriana, 53 conseguiram fugir, mas 223 continuam sequestradas.

No vídeo, Shekau diz “manter as pessoas como escravas” e explica que raptou as jovens porque “a educação ocidental deve acabar” e elas “devem abandonar” a escola e “serem casadas”. Nas imagens, o líder do grupo aparece com uniforme de combate em frente a um veículo blindado, ao lado de duas camionetes com metralhadoras e de seis homens encapuzados e armados.

Nos primeiros 15 minutos do vídeo, Shekau critica a democracia, a educação ocidental e os esforços para que muçulmanos e cristãos vivam em paz. “Raptei uma moça de uma escola de educação ocidental, e vocês ficam indignados. Digo que a educação ocidental tem de acabar. Meninas, saiam [da escola] e casem-se”, conclamou.

País mais populoso de África, com cerca de 160 milhões de habitantes, a Nigéria tem sido palco nos últimos anos de dezenas de ataques reivindicados pelo Boko Haram, grupo radical islâmico que quer impor a sharia (lei islâmica) no país. Só este ano, mais de 1,5 mil pessoas morreram em ações atribuídas ao grupo extremista.

*Com informações da Agência Lusa

Edição: Wellton Máximo

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