Presidente do México manda acelerar investigação sobre estudantes desaparecidos

O presidente do México, Henrique Peña Nieto, sob forte pressão interna e externa, pediu hoje (9) ao Gabinete de Segurança para acelerar a investigação sobre o desaparecimento de 43 estudantes após os "atos de barbárie” ocorridos em 26 de setembro, na cidade de Iguala.

Durante uma cerimônia pública em Irapuato, estado de Guanajuato, Peña Nieto fez referência às numerosas manifestações convocadas em diversas cidades do México e em vários países para denunciar a morte de seis pessoas e o desaparecimento de 43 estudantes depois de uma violenta ação da polícia municipal. “Trata-se de um acontecimento verdadeiramente desumano, praticamente um ato de barbárie”, disse.

Sobre os 28 corpos descobertos em valas clandestinas em Iguala, no estado de Guerrero (Sul), que podem ser de alguns dos estudantes desaparecidos, Nieto ressaltou que “deixa transparecer o nível de barbárie e o caráter desumano” desse fato e que “perturba o esforço coletivo” para garantir um país “com mais progresso e desenvolvimento”.

Peña Neto e o governo mexicano estão sob forte pressão interna e internacional, incluindo dos Estados Unidos e de diversas organizações não governamentais (ONGs), para um rápido esclarecimento dos acontecimentos em Iguala, em particular o destino dos 43 estudantes supostamente sequestrados pela polícia local.

Na sequência dos ataques na noite de 26 de setembro foram efetuadas mais de 30 detenções, incluindo de 22 policiais municipais com alegadas ligações aos Guerreros Unidos, um grupo de criminosos que surgiu em 2011 após uma cisão no cartel do tráfico liderado pelos irmãos Beltrán Leyva.