Clima e terrorismo dominam debates em Davos

Publicado em 23/01/2015 - 17:57 Por Giselle Garcia – Correspondente da Agência Brasil/EBC - Copenhague

 

DAVOS/SWITZERLAND, 23JAN15 - John F. Kerry, US Secretary of State addresses the audience during the 'Special Address' at the Annual Meeting 2015 of the World Economic Forum at Congress Centre in Davosl, January 23, 2015

O secretário de Estado americano, John Kerry,

pede união internacional contra o iterrorismo    Foto/Divulgação/Fórum  Econômico  Mundial

O ano de 2015 é um ano para ação global. Assim o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, resumiu, nesta sexta-feira (23), a urgência de um acordo climático para frear o aquecimento da Terra. No terceiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, vários líderes destacaram as mudanças climáticas como um problema prioritário a ser enfrentado pelas nações.

Houve consenso entre os debatedores de que é preciso promover desenvolvimento sustentável. “O crescimento precisa ser mais verde e inclusivo”, enfatizou Ban Ki-moon. Ele apelou aos homens de negócios para que façam escolhas sustentáveis e invistam em economias de baixo carbono.

O economista sul-coreano e presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, calculou que, com investimentos em transporte limpo e melhores políticas de eficiência energética, “será possível ampliar o crescimento da economia global de US$ 1,8 trilhão a US$ 2,6 trilhões por ano”.

O presidente da França, François Hollande, disse que a redução na emissão de gases de efeito estufa é o grande desafio do século 21. “O tempo em que a humanidade pensava que poderia ser egoísta e insensível passou. Sabemos, hoje, que a Terra não é uma mercadoria, não é uma fonte de renda, é um patrimônio que compartilhamos”, disse Hollande.

Ele enfatizou que as nações precisam alcançar um acordo global na próxima Conferência do Clima (COP 21), em dezembro, em Paris.

Hollande agradeceu à comunidade internacional pela solidariedade recebida por ocasião dos ataques terroristas em Paris. “Vai muito além da França. Estamos falando de liberdade, de democracia, da habilidade de vivermos juntos. Foi o coração da nossa sociedade que esteve sob ataque”, disse ele,

O presidente francês ressaltou que o terrorismo é financiado pelo movimento ilícito de drogas, dinheiro e pessoas, e que os terroristas estão usando também a internet como arma de doutrinação, manipulação e confusão. Hollande pediu às grandes companhias, especialmente as empresas de tecnologia e internet, que assumam suas responsabilidades na luta contra o terrorismo e contra as mudanças climáticas.

O combate ao terrorismo foi o tema principal do discurso do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, John Kerry. Ele afirmou que os países precisam destinar mais recursos à luta contra o extremismo violento, que, segundo ele, não tem relação com o Islamismo. “Não há base na história, na religião, na ideologia, na humilhação, na psicologia, na política, na desvantagem econômica ou na ambição pessoal que justifique o assassinato de crianças, o sequestro e estupro de adolescentes, a morte de civis desarmados, seja por ideologia ou por falsa crença religiosa”, enfatizou ele, sob aplausos dos presentes.

O primeiro-ministro do Iraque, Hailer Al Abadi, assim como líderes do Irã e do Egito, que se manifestaram durante debates ontem (22), também defendeu mais união internacional contra o terrorismo e pediu armas e suporte das nações ocidentais. Al Abadi disse que é preciso buscar um meio de impedir o fluxo de estrangeiros que estão indo para o Iraque para reforçar as fileiras extremistas.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o secretário de Assuntos Estratégicos, ministro Marcelo Neri, representam o governo brasileiro em Davos. Levy, que amanhã (24) participará de um painel sobre o cenário econômico global, passou o dia de hoje em encontros com investidores e líderes estratégicos, entre elas o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew; o embaixador do Brasil na Organização Mundial deoComércio, Marcos Galvão, e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luiz Alberto Moreno. 

Edição: Beto Coura

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