Tropas do Chade entraram na Nigéria após combates com Boko Haram

Publicado em 03/02/2015 - 12:22 Por Da Agência Lusa - Fotokol, Camarões

As tropas do Chade que estão na fronteira entre Camarões e Nigéria entraram hoje (3) na cidade nigeriana de Gamboru, após violentos combates contra os islâmicos do grupo Boko Haram, segundo a Agência France Presse (AFP).

Os blindados e a infantaria do Chade passaram a ponte que separa a cidade camaronesa de Fotokol de Gamboru, após bombardeios aéreos, de infantaria e tiroteios com os rebeldes, que tomaram a cidade há vários meses.

A operação aérea durou ao menos uma hora. Encerrada, os blindados do Chade derrubaram os obstáculos colocados na ponte para permitir a passagem das tropas, que entraram em Gamboru no final da manhã.

O contingente de cerca de 2 mil homens entrou na Nigéria e já não se ouviam tiros, segundo a AFP.

Trata-se da primeira vez que as tropas do Chade, destacadas para Camarões, em meados de janeiro para combater o Boko Haram, entram no território da Nigéria cujo Exército é criticado por sua ineficácia na luta contra o grupo radical.

A Nigéria afirmou na segunda-feira (2) ter recuperado Gamboru e quatro outras cidades ocupadas pelo Boko Haram no Nordeste do país, em uma operação coordenada entre o Exército nigeriano, milícias civis e forças chadianas e camaronesas.

“As nossas tropas controlam o local, após uma operação apoiada por voluntários [milícias] e por [países] vizinhos amigos”, disse Mike Omeri, porta-voz das autoridades nigerianas para questões de segurança. Ele acrescentou que as cidades ocupadas foram Mafa, Mallam Fatori, Abadam, Marte e Gamboru, todas no estado de Borno.

Omeri disse que operações anteriores no Nordeste da Nigéria permitiram a libertação de 11 cidades do estado de Adamawa, no sul de Borno, e de Gujba e Gulani, no estado de Yobe.

A ofensiva multilateral dos últimos dias tem o objetivo de conter as investidas do Boko Haram que expandiu sua ação para Camarões. A insurreição dos islâmicos causou mais de 13 mil mortos e 1,5 milhão de deslocados, desde 2009.

Últimas notícias