Resultado na Andaluzia é o primeiro reflexo de mudança política na Espanha

Publicado em 23/03/2015 - 20:41 Por Giselle Garcia - Correspondente da Agência Brasil/EBC - Copenhague

Moradores de Madri, capital espanhola, reagiram aos resultados das eleições na região autônoma da Andaluzia, no Sul da Espanha, nesse domingo (22). Para muitos espanhóis, o espaço conquistado no Parlamento andaluz por novos partidos, como o Podemos, de esquerda, e o Ciudadanos, de centro-direita, é o primeiro reflexo de uma mudança política no país.

O fim do bipartidarismo, presente no cenário político espanhol há quatro décadas, é visto como consequência inevitável do desgaste gerado pela crise econômica e pelos constantes escândalos de corrupção envolvendo o Partido Popular (PP), atualmente no comando do governo, e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

“De agora até as eleições gerais, no fim do ano, as coisas continuarão mudando. Eu acho que é um sintoma de que as coisas estão começando a mudar”, disse o madrilenho Nacho Romay. O analista político espanhol Jose Murado concorda. Para ele, o fato de que os votos estão indo para outros partidos deve ser motivo de preocupação para o Partido Popular, do primeiro-ministro Mariano Rajoy. “Temos as eleições autônomas e municipais, em maio, e as eleições catalãs, em setembro, que nos darão uma visão mais clara do que pode ser essa mudança”, ressaltou.

Outro madrilenho, Jose Surera considera que a “forte entrada do Ciudadanos e do Podemos no cenário político é benéfica para o antes bipartidário sistema eleitoral. Eu vejo o PP e o PSOE fazendo um esforço maior para acertar, e os outros partidos trabalhando para ganhar mais base. Será uma disputa interessante daqui pra frente”, observa.

No pleito da Andaluzia, que levou mais de 6 milhões de eleitores às urnas, o PSOE saiu vitorioso, elegendo 47 dos 109 assentos no Parlamento regional (35,4%). O Partido Popular reduziu sua participação de 50, em 2012, para 33 deputados (26,8%). Em terceiro e em quarto lugares ficaram os recém-criados Podemos, que alcançou 15 cadeiras (14,8%), e Ciudadanos, que fez nove deputados (9,3%). A Esquerda Unida elegeu cinco parlamentares (6,9%), perdendo sete assentos em relação à disputa anterior.

Edição: Stênio Ribeiro

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