Banco de desenvolvimento sul-americano vai financiar projetos nas fronteiras

Publicado em 12/05/2015 - 22:57 Por Da Agência Brasil - Brasília

O Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) vai financiar projetos que atendam a demandas das zonas de fronteiras da região do Mercosul e da Bolívia, em áreas aonde os organismos internacionais não chegam. Essa é uma das metas do banco de desenvolvimento sul-americano para o biênio de 2015-2016, segundo o presidente executivo da instituição, Juan E. Notaro Fraga. Os recursos atuais do Fonplata são de, aproximadamente, US$ 800 milhões.

“O Fonplata funciona como um banco de desenvolvimento sul regional, que chega à última camada de desenvolvimento no terreno local e às regiões de fronteira, aonde nenhum outro banco de desenvolvimento chega e os governos locais sozinhos não conseguem atuar. Todos os projetos são de infraestrutura social e beneficiam os mais pobres. A maioria está com o Paraguai e a Bolívia, mas [existem] muitos na fronteira com a Argentina em províncias pobres.”

Os tipos de projetos em execução são de infraestrutura física para o desenvolvimento produtivo, socioeconômico em áreas como transporte, energia, logística e comunicações. O valor médio das operações é aproximadamente US$ 50 milhões. Na sua maioria, os projetos estão localizados em áreas mais vulneráveis das regiões de fronteiras desses países.

O Fonplata é um fundo de investimento que funciona como um pequeno banco de desenvolvimento regional, formado por países que fazem parte do Mercosul, mais a Bolívia. Pouco conhecido no Brasil, esse organismo multilateral, criado em 1977, reúne recursos da Argentina, daa Bolívia, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai e tem como missão o apoio a integração dessas nações na busca por um desenvolvimento mais igualitário e inclusivo, dentro deles e entre as áreas de influência da Bacia do Rio Prata, por meio de operações de crédito e recursos não reembolsáveis do setor público. Está prevista para o final de junho uma assembleia dos governadores dos países-membros, em que será avaliada a inclusão de novos membros na América do Sul.

Segundo o presidente executivo da instituição, dos 25 projetos em execução, atualmente, cinco são executados no Brasil, entre eles, programas de desenvolvimento integrado de Corumbá (MS), de integração viária na zona norte de Porto Alegre e mais dois nas cidades de Joinville e Chapecó, em Santa Catarina.

Notaro esteve hoje (12) com o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Cláudio Puty, para apresentar os projetos em execução no Brasil e as diversas áreas de atuação do fundo no país. “No Brasil, os projetos beneficiarão cerca de 850 mil habitantes. Os investimentos são feitos justamente em localidades de situação vulnerável, que não conseguem investimentos externos e que necessitam de apoio para o seu desenvolvimento”, explicou.

Municípios de até 100 mil habitantes de nove estados brasileiros e mais o Distrito Federal podem ter acesso ao Fonplata que, em 2015, tem uma carteira de US$ 250 milhões. Os municípios pequenos e médios de Rondônia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e Paraná que não têm acesso a recursos de grandes organismos internacionais, podem financiar obras de infraestrutura social como saneamento e recuperação de bacias. Segundo Notaro, uma das vantagens desse tipo de financiamento é a agilidade na operação de crédito e a proximidade das equipes com os gestores locais.

O Fonplata é composto por um Diretório Executivo que tem representantes dos países-membros. No Brasil, o representante é o economista Carlos Eduardo Lampert Costa, diretor adjunto de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Todos os projetos desenvolvidos na região podem ser acompanhados no site www.fonplata.org. A sede da direção e a Divisão de Operações estão localizadas na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.

*Matéria alterada às 11h08 do dia 13/05 para ajuste de informação

Edição: Fábio Massalli

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