Agência norte-americana interceptou conversas de ministros na França

Publicado em 30/06/2015 - 08:52 Por Da Agência Lusa - Paris

A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em Inglês) escutou dois ministros da Economia franceses e praticou espionagem econômica na França, mostram vários documentos obtidos pelo Wikileaks e revelados nessa segunda-feira (29) à noite. A informação foi divulgada pelos jornais Libération e Médiapart.

“Várias personalidades políticas e altos funcionários franceses foram escutados nos últimos anos”, garantem os dois veículos, mencionando o atual comissário europeu Pierre Moscovici, ministro da Economia do presidente François Hollande, de maio de 2012 a agosto de 2014, e François Baroin, ministro do Orçamento e depois da Economia do ex-presidente Nicolas Sarkozy, de março de 2010 a maio de 2012.

A lista de personalidades escutadas pela NSA na França inclui os últimos três presidentes – François Hollande, Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac –, segundo as revelações da Wikileaks que esses mesmos veículos tinham divulgado na quarta-feira.

A Médiapart informa que a NSA fez “uma espionagem econômica massiva da França” e cita cinco documentos com sínteses de conversas telefônicas interceptadas, que foram divulgadas pela Wikileaks.

O site na internet questiona alguns “contratos comerciais perdidos por empresas francesas”, sem poder fazer “uma ligação objetiva” entre uma potencial escuta e a celebração do contrato, “uma vez que nenhum nome de empresa é citado nos documentos”.

O Libération especificou que a NSA tinha identificado “uma centena de empresas hexagonais [francesas], entre as quais a quase totalidade das cotadas no CAC40”, o índice da Bolsa de Paris equivalente ao PSI20 de Lisboa.

Segundo os documentos reproduzidos, o objeto da espionagem era “identificar as propostas de contrato francesas ou estudos de viabilidade e negociações iminentes sobre vendas ou investimentos internacionais, em projetos de envergadura ou sistemas de interesse significativo para o país estrangeiro”.

O Libération destacou que “nunca como agora a prova de uma espionagem econômica massiva da França, orquestrada no mais alto nível do Estado norte-americano, tinha sido estabelecida”.

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