Arcebispo de Caracas pede sentença mais justa para oposicionista venezuelano

Publicado em 12/09/2015 - 20:57 Por Da Agência Lusa - Caracas

O arcebispo de Caracas, dom Jorge Urosa Savino, pediu hoje (12) uma "sentença mais justa" para Lepoldo López, o líder do partido oposicionista Vontade Popular, condenado por um tribunal venezuelano a 13 anos e nove meses de prisão por incitamento à desordem pública.

"A sentença foi incorreta e negativa para o país (...). Não é justo que, simplesmente por promover manifestações pacíficas contra o governo, atribuam a López a culpa de toda uma série de delitos e instigação e crimes", afirmou o arcebispo. Dom Jorde Urosa disse esperar que uma "sentença mais justa" saia assim que o tribunal analise um recurso de apelação interposto pelos advogados de López.

Segundo o o cardeal, o  processo teve “muitíssimas irregularidades" e as acusações "não têm fundamento". Ele condenou "a maneira cruel” como o oposicionista vem sendo tratado desde a prisão. "Diz-se que [López] instigou atos de violência, mas ficou demonstrado que o seu discurso, sendo de oposição, não é violento, é pacífico, no quadro da Constituição e das leis."

O cardeal falou também sobre as pessoas que morreram durante as manifestações de protesto ocorridas no ano passado na Venezuela, afirmando que elas foram atacadas por funcionários do governo e por grupos armados. “Deploro a morte de pessoas inocentes, que não estavam nas manifestações, e de pessoas que foram agredidas por alguns manifestantes. Isso eu condeno."

Leopoldo López, que está detido há mais de um ano e meio na prisão militar de Ramo Verde, foi condenado na noite de quinta-feira (10) pelos crimes de instigação pública, associação delinquente, danos à propriedade e incêndio na sequência de atos de violência ocorridos no final de protesto convocado por representantes da oposição venezuelana em 12 de fevereiro de 2014. Além de López, foram condenados quatro estudantes, também oposicionistas.

Segundo dados não oficiais, em fevereiro do ano passado, pelo menos 42 pessoas foram assassinadas durante os protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

 

Edição: Nádia Franco

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