Começa em Viena reunião diplomática sobre guerra na Síria

Publicado em 30/10/2015 - 14:15 Por Da Agência Lusa - Viena

A maior reunião diplomática sobre o futuro da Síria começou hoje (30) em Viena, com o objetivo de encontrar uma solução pacífica para o conflito que, em quatro anos, causou a morte de mais de 250 mil pessoas. O encontro é o primeiro do qual participam todos os atores internacionais envolvidos no conflito, como os principais aliados do presidente sírio Bashar Al Assad (Rússia e Irã) e os principais adversários (Estados Unidos, Arábia Saudita e Turquia).

Antes do início da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank Walter Steinmeier, reconheceu que uma solução política para o conflito sírio ainda está longe, mas disse que o fato de os principais atores se sentarem à mesma mesa é “um primeiro passo muito importante”, que cria esperanças “para a Síria e toda a região”.

O chanceler francês, Laurent Fabius, ressaltou que, pela primeira vez, encontram-se juntos “os principais atores do drama sírio” e considerou a reunião de hoje “muito oportuna”. “Queremos uma Síria livre, íntegra, que seja composta por todos os atores da sociedade”, disse Fabius, cujo país participa da coligação internacional que luta contra o terrorismo islâmico na Síria.

“Ainda faltam muitas mudanças. Há também que lutar mais eficazmente contra o terrorismo, em particular, contra o Estado Islâmico”, destacou o chanceler francês. “Além disso, deve organizar-se uma transição política. Evidentemente, Bashar Al Assad, que é responsável em grande parte pelo drama sírio, não pode tomar parte do futuro da Síria”, afirmou Fabius.

Ao chegar à reunião na capital austríaca, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Philip Hammond, informou que será discutida a possibilidade de estabelecer um processo que “acabe com o sofrimento e as mortes na Síria”.

O encontro desta sexta-feira ocorre depois de várias reuniões bilaterais, realizadas ontem (29), e de um encontro do qual participaram os chefes da diplomacia dos Estados Unidos, da Rússia, Turquia e Arábia Saudita.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse ontem que o objetivo era criar as bases para “uma transição política na Síria”.

Um dos principais pontos de debate do encontro será se Al Assad deve abandonar o poder para facilitar a transição, tal como tem sido exigido pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita, mas rejeitado pelo Irã e pela Rússia.

Cerca de 20 países estão com representantes na reunião, assim como a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU), com o desafio de formular um plano aceitável tanto para o governo sírio quanto para as milícias opositoras apoiadas pelos Estados Unidos e seus aliados árabes.

Os grandes ausentes na reunião são as próprias partes que se enfrentam na guerra Síria, tanto Al Assad como as diferentes facções opositoras.

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