COP21: presidente francês admite que financiamento pode dificultar acordo

O presidente da França, François Hollande, admitiu hoje (10) que as dificuldades para alcançar um acordo mundial sobre mudanças climáticas, especialmente no que se diz respeito ao financiamento, persistem na véspera do encerramento da 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris. Hollande falou sobre o assunto, durante uma recepção no Palácio do Eliseu (sede da presidência francesa) com autoridades religiosas envolvidas na luta contra o aquecimento global.

“É muito importante nesta fase final [da conferência] que possamos recordar aos negociadores porque estão aqui. Não estão aqui apenas em nome dos seus Estados, nem da história do seu continente, nem para exigir justiça para uns ou prolongamentos para outros”, afirmou Hollande, dizendo que existe resistência sobre questões de financiamento, inerentes aos prejuízos e aos danos provocados pelas mudanças climáticas. "[Estão aqui] para resolver o futuro do planeta, uma responsabilidade da qual não podem fugir”, ressaltou ele.

O mais recente esboço do acordo final da conferência do clima, divulgado nesta quarta-feira (9), adota uma formulação defendida por países como os Estados Unidos, Índia e China, alguns dos principais emissores de gases de efeito estufa a nível mundial. Estas potências pretendiam a eliminação de um artigo (o Artigo 17) que introduzia o caráter vinculativo, com base em termos legais, dos compromissos de redução de emissões de gases assumidos por cada país.

O ministro das Relações Exteriores francês e presidente da COP21, Laurent Fabius, afirmou entretanto que um novo esboço do texto final será divulgado ainda hoje, esperando que o acordo final seja adotado na tarde de sexta-feira, o último dia da conferência.