Carles Puigdemont toma posse como presidente da Catalunha

Publicado em 10/01/2016 - 20:04 Por Da Agência Lusa - Barcelona

O independentista Carles Puigdemont foi empossado hoje (10) como presidente da Catalunha, com um mandato para liderar a região no processo de independência da Espanha. "Viva a Catalunha livre", exclamou o novo presidente regional, de 53 anos, depois de ter obtido os votos favoráveis de 70 deputados de um total de 135. Foram 63 votos contra e duas abstenções.

O presidente da Câmara Municipal de Girona e dirigente da Convergência Democrática da Catalunha (CDC) transformou-se assim no 130º chefe do governo regional catalão, duas horas antes de terminar o prazo para a posse e após intensas negociações entre o JxSi (Juntos pelo Sim) e a CUP (Candidatura de Unidade Popular), desbloqueadas após a renúncia do ex-presidente Artur Mas (2010-2016).

Antes da posse de Puigdemont, o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, advertiu que não será tolerado qualquer ato que ponha em perigo a unidade de Espanha. "O governo não deixará passar um único ato que possa prejudicar a unidade e a soberania de Espanha", declarou Rajoy, em discurso transmitido pela televisão, a partir de Madri, alguns minutos antes da votação no Parlamento catalão, em Barcelona.

"Temos mais instrumentos que nunca para defender a nossa unidade, as principais forças políticas estão de acordo com isto", afirmou Rajoy, referindo-se a Pedro Sanchez, líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), e a Albert Rivera, do Cidadãos. O líder do Partido Popular acrescentou ainda não ter falado com Pablo Iglesias, do Podemos.

Rajoy garantiu que não serão criadas instituições catalãs à margem da lei. "Os espanhóis podem ficar tranquilos", disse.

Esta tarde, Carles Puigdemont pediu que o processo de independência avance no Parlamento catalão. "Devemos lançar o processo para criar um Estado Independente na Catalunha, para que as decisões do Parlamento catalão sejam soberanas", disse, sob aplausos, algumas horas antes da sessão da assembleia em que foi eleito para chefiar o governo regional, sucedendo a Artur Mas.

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