Síria: ONU adverte que responsáveis por crimes de guerra não serão anistiados

Publicado em 01/02/2016 - 10:59 Por Da Agência Lusa - Genebra

Sede da ONU em Genebra onde ocorrem discussões sobre um processo político entre governo e oposição sírios, que possam levar ao fim da guerra no país

Sede da ONU em Genebra onde ocorrem discussões sobre um processo político entre governo e oposição sírios, que possam levar ao fim da guerra no paísSalvatore di Nolfi/EPA/Agência Lusa

O Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra ad al-Hussein

O Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-HusseinSalvatore di Nolfi/EPA/Agência Lusa,

O Alto-Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, advertiu hoje (1º) que a anistia aos responsáveis por crimes de guerra ou crimes contra a humanidade é inadimissível. As delcarações foram dadas em Genebra, onde ocorrem negociações sobre a guerra na Síria.

“Temos uma posição de princípio na ONU de que nenhuma anistia deve ser considerada para os suspeitos de crimes contra a humanidade ou crimes de guerra”, disse al-Hussein.

“Em determinadas circunstâncias, quando se procura encerrar um conflito, pensa-se em anistias e há muitas discussões em muitos contextos sobre isso. No caso da Síria, estamos aqui para recordar a todos que, quando as alegações atingem o nível de crimes de guerra ou crimes contra a humanidade, as anistias não são admissíveis”, disse.

O Alto-Comissário frisou que as negociações em Genebra, entre o regime sírio e a oposição, devem avançar e garantir rapidamente o fim da violência. “Naturalmente, depois de cinco anos deste terrível espetáculo em que o povo sírio é sujeito a execuções públicas, esperamos que as negociações mediadas por Staffan de Mistura [o enviado especial da ONU à Síria] levem ao fim de todos esses horríveis abusos, abusos dos direitos humanos e violações da lei humanitária internacional”, disse.

Zeid Ra’ad al-Hussein mencionou especificamente a situação na cidade sitiada de Madaya, onde, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), pelo menos 46 pessoas morreram de fome desde dezembro. “Claramente, quando olhamos para a fome em Madaya e sabendo que há mais 15 cidades sitiadas, isto não é apenas um crime de guerra, é um crime contra a humanidade”, disse.

O Alto-Comissário também citou a detenção arbitrária de dezenas de milhares de pessoas, frisando a necessidade de serem rapidamente libertadas.

 

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