OMS: emergências no Sudão do Sul e Oriente Médio são as que mais preocupam

Publicado em 05/04/2016 - 14:13 Por Da Agência Lusa - Genebra

Comboio da Cruz Vermelha com alimentos e medicações chega a cidade sitiada de Madaya, na Síria

Comboio da Cruz Vermelha com alimentos e medicações chega a cidade sitiada de Madaya, na SíriaImagem de divulgação, Cruz Vermelha

As emergências humanitárias que atualmente atingem Síria, Iraque, Iêmen e Sudão do Sul são as que mais preocupam a Organização Mundial de Saúde (OMS), disse hoje (5) o diretor de Gestão de Emergências e Resposta Humanitária, Rick Brennan.

“Consideramos que estas emergências são as mais importantes, pelo número de pessoas afetadas e o incrível efeito devastador dos conflitos na saúde. Além disso, são conflitos que não parece que vão se resolver em breve”, disse Brennan.

Segundo cálculos da organização, nestes quatro países há mais de 32,5 milhões de pessoas que precisam de assistência médica e sanitária, o que representa quase metade dos 79 milhões de pessoas nesta situação em todo o mundo, no ano de 2015.

A OMS estima que para suprir estas necessidades em 2016 é preciso um financiamento de US$ 2,2 milhões em ajuda, e espera contribuir com mais de um quarto desse valor.

Apenas na Síria, a OMS procura ajuda para 11,5 milhões de pessoas que necessitam de ajuda sanitária, incluindo tratamentos para traumas emocionais e tratamentos de saúde mental.

A organização também procura ajuda para vacinas, medicamentos e material médico para os 5 milhões de refugiados que se encontram nos países vizinhos.

África e América Latina

Além da Síria, Iraque, Iêmen e Sudão do Sul, Rick Brennan citou a República Centro-Africana e a Etiópia como “áreas que não podemos deixar de vigiar”.

O caso da Etiópia é especialmente preocupante para a OMS, porque o país sofre os efeitos adversos do fenômeno climático El Niño, que provocou uma das maiores secas em décadas no país e deixou quase meio milhão de crianças em estado de subnutrição severa.

Outras emergências, como a do Zika na América Latina e a epidemia de febre amarela em Angola, somam-se aos 30 países para os quais a OMS pediu ajuda internacional, entre eles Guatemala, Honduras, Somália, Palestina e Ucrânia.

O principal problema que a OMS enfrenta para atender a estas emergências são as doações pois, segundo Brennan, “o nível das necessidades aumentou de modo absolutamente mais rápido do que o das doações”, nos últimos anos.

O diretor explicou que, apesar de a OMS receber maior quantidade de doações que outras organizações internacionais (consegue cobrir entre 50% e 60% do solicitado), 2015 foi um ano especialmente difícil, em que só conseguiu obter cerca de 37% das verbas requeridas.

De acordo com Rick Brennan, os doadores aumentaram as quantidades doadas ano após ano, mas a ajuda humanitária “não acompanhou o ritmo” das necessidades.

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