França vai criar centros de reinserção para envolvidos em redes de terrorismo

Publicado em 09/05/2016 - 10:45 Por Da Agência Lusa - Paris

A França vai criar, até ao final de 2017 e em todas as regiões do país, centros de reinserção de “pessoas radicais”, para impedir que se envolvam com grupos terroristas. O anúnciou foi feito hoje (9) pelo primeiro-ministro francês, Manuel Valls.

O plano tem um financiamento de 40 milhões de euros até 2018 e tem por objetivo duplicar a capacidade de enquadramento de pessoas já envolvidas ou suscetíveis de se envolverem com redes de terrorismo.

“A luta contra o ‘jihadismo’ é sem dúvida o grande desafio da nossa geração”, disse Manuel Valls, em entrevista de imprensa conjunta com vários ministros, incluindo os do Interior e da Justiça.

O primeiro centro vai ser aberto ainda neste ano, disse. Pelo menos metade dos futuros centros receberão, a pedido das autoridades judiciais, pessoas que não podem ser detidas, acrescentou Valls.

A França, onde em 2015 atentados terrorisas fizeram 147 mortos e centenas de feridos, tem quase 10 mil pessoas referenciadas por radicalização e capazes de ações violentas, segundo o jornal Le Parisien.

Estas estruturas contra a radicalização vão ser coordenadas por uma célula nacional de coordenação e apoio. As novas medidas antiterroristas incluem ainda o reforço do controle de pessoas com determinadas funções, consideradas sensíveis, controle que vai ser ampliado “ao dispositivo de preparação de grandes acontecimentos”, como o campeonato europeu de futebol de junho próximo.

O governo prevê também a divulgação de um "poderoso discurso” para “contrariar a propaganda ‘jihadista’ e salafista e quebrar este sistema de recrutamento em grande escala”.

Também está prevista a criação de um “conselho científico permanente” sobre radicalização e terrorismo, capaz de coordenar uma rede de investigação e de reforçar a ligação entre investigadores e agentes da luta contra o terrorismo.

Além disso, o governo francês pretende ser o primeiro da Europa ocidental a aplicar plenamente o recém-aprovado registro europeu de passageiros aéreos – PNR, “Passenger Name Record” -, que vai entrar progressivamente em vigor neste verão.

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