Após retomada de Aleppo, regime sírio deve atacar rebeldes em Idlib

Publicado em 23/12/2016 - 10:29 Por Da Rádio França Internacional - Paris

O presidente sírio, Bashar Al Assad, celebra sua maior vitória em quase seis anos de guerra civil, após a reconquista completa do setor rebelde de Aleppo, anunciada na noite dessa quinta-feira (22). A informação é da Rádio França Internacional.

Cerca de 34 mil civis e rebeldes foram retirados nos últimos dias, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O regime sírio controla agora as cinco principais cidades do país: além de Aleppo, Homs, Hama, Damas e Lattaquié.

O líder rebelde Yasser Al Youssef reconheceu que, no plano político e territorial, a perda de Aleppo é um golpe para os revolucionários. Especialistas lembram, no entanto, que a guerra não acabou e o ditador sírio está diante de três opções de ação.

A mais provável é que as tropas do regime avancem em direção ao Sudoeste, onde se encontra a província de Idlib, que está nas mãos dos rebeles. Outra possibilidade seria se dirigir ao Leste e ao Sul para  combater o grupo Estado Islâmico.

A terceria via, mais diplomática, seria uma negociação envolvendo principalmente três países: a Turquia, representando os rebeldes, e a Rússia e o Irã, aliados de Bashar Al Assad. Os ocidentais e os países do Golfo também poderiam ser chamados a participar.

Derrota para os países ocidentais

A reconquista de Aleppo foi uma vitória para o regime sírio e seus aliados, Rússia e Irã, e uma derrota para os estados da região que apoiam a oposição síria, como os países do Golfo e a Turquia.

A ação também foi um fracasso para os ocidentais, cujas hesitações e ambiguidades os reduziram à impotência, e para a ONU. Seis vetos russos e cinco chineses impediram os projetos de resolução contra a Síria no Conselho de Segurança.

As tentativas de negociação de uma transição política foram em vão e, no terreno humanitário, a comunidade internacional não conseguiu aliviar o sofrimento dos civis de Aleppo.

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