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Internacional

Netanyahu classifica decisão da ONU como “vergonhosa” e critica governo Obama

O primeiro-ministro de Israel afirmou que vai fazer “o que for
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 25/12/2016 - 13:22
Brasília
Jerusalém - O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu  durante reunião semanal  (EPA / Dan Balilty / Pool / Agência Lusa)
© EPA / Dan Balilty / Pool / Agência Lusa
Jerusalém - O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu durante reunião semanal (EPA / Dan Balilty / Pool / Agência Lusa)

Jerusalém - O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu durante reunião semanal (EPA / Dan Balilty / Pool / Agência Lusa)EPA / Dan Balilty / Pool / Agência Lusa

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (25) que vai fazer “o que for necessário” para reverter a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que condenou as colônias israelenses na Cisjordânia. Netanyahu classificou a medida, aprovada por 14 votos a favor, nenhum contrário e a abstenção dos Estados Unidos, como “desequilibrada”, “contraditória” e “vergonhosa”.

“Faremos o que for necessário para que Israel não seja prejudicado por esta resolução vergonhosa. Devemos agir com prudência, responsabilidade e calma, tanto em ações quanto em palavras. Peço aos ministros que atuem com responsabilidade, de acordo com as diretrizes que serão dadas hoje na reunião do Gabinete de Segurança”, disse o primeiro-ministro durante reunião com integrantes da equipe de gabinete.

Após afirmar que compartilha dos sentimentos de raiva e frustração de outros ministros, Netanyahu revelou que solicitou ao Ministério das Relações Exteriores que elabore um plano de ação em resposta à decisão da ONU e o apresente em um mês. Para deixar claro o descontentamento diplomático, Netanyahu convocou os embaixadores em Israel dos países que votaram a favor da resolução. Os Estados Unidos, que se abstiveram da votação, não terão os diplomatas convocados.

Netanyahu fez duras críticas aos Estados Unidos, atribuindo ao presidente norte-americano, Barack Obama, a responsabilidade pela “resolução desequilibrada, muito hostil ao Estado de Israel e aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU de forma indigna”.

“Não há dúvidas de que a administração Obama a iniciou, apoiou-a, coordenou a redação e exigiu que fosse aprovada, o que, obviamente, está em completa contradição com a tradicional política [externa] dos EUA. Durante décadas, as administrações americanas e os governos israelenses discordaram sobre os assentamentos, mas concordamos que o Conselho de Segurança não era o lugar para resolver esta questão. Sabíamos que isso dificultaria as negociações, afastando ainda mais a paz”, declarou o primeiro-ministro.

Netanyahu comentou que antes mesmo de a resolução ser aprovada, já tinha dito ao secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que “amigos” não levam os outros perante o Conselho de Segurança da ONU. E disse estar ansioso para trabalhar como os “amigos republicanos e democratas que entendem como imprudente e destrutiva essa resolução da ONU” e também com a administração Donald Trump.

No Twitter, Trump escreveu que “a grande perda de ontem para Israel nas Nações Unidas tornará muito mais difícil negociar a paz. Muito ruim, mas vamos fazê-lo de qualquer maneira”.