UE não precisa de conselhos externos, responde Hollande a Trump

Publicado em 17/01/2017 - 08:18 Por Da Agência France Press - Paris

A União Europeia (UE) "não precisa de conselhos externos" para tomar suas decisões, afirmou o presidente francês, François Hollande, nessa segunda-feira (16), em resposta às críticas do presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, sobre a UE. A informação é da Agência France Press (AFP).

"Afirmo aqui, a Europa estará sempre disposta a continuar com a cooperação transatlântica, mas esta será determinada em função de seus interesses e seus valores. Não precisa de conselhos externos para lhe dizer o que tem que fazer", declarou Hollande, ao condecorar, em Paris, a embaixadora americana em fim de missão, Jane Hartley.

Em declarações aos jornais The Times e Bild, Trump considerou uma boa decisão a saída do Reino Unido do bloco europeu e previu que "outros países deixarão" a UE, segundo ele, por causa da crise migratória.

O futuro presidente previu também que o Brexit será um sucesso e qualificou de "erro catastrófico" a decisão da chanceler alemã, Angela Merkel, de acolher imigrantes "ilegais".

John Kerry

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, classificou como inapropriadas as declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a "corajosa" chanceler alemã, Angela Merkel.

Em uma escala em Londres, antes de seguir para o Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que será sua viagem de despedida à frente da diplomacia americana, Kerry deu uma entrevista ao canal de televisão CNN.

Indagado sobre as polêmicas declarações feitas por Trump, Kerry defendeu a União Europeia, Merkel e a política alemã sobre os refugiados. "Acho, francamente, que foi inapropriado para um presidente eleito dos Estados Unidos se envolver nos assuntos de outros países de maneira tão direta. Ele terá que responder por isso", advertiu.

Segundo Kerry, a partir de sexta-feira 20), Trump será o responsável por essa relação diplomática. "Acho que devemos ser muito prudentes antes de dizer que um dos líderes mais poderosos da Europa cometeu um erro", acrescentou.

 

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