Turismo dos EUA pode registrar prejuízo por causa de Trump

Publicado em 01/02/2017 - 17:41 Por Da Agência Ansa - Miami, EUA

Diversos conglomerados gigantes norte-americanos do setor do turismo com presença global, incluindo a plataforma de hospedagens Airbnb, o TripAdvisor (maior site de viagens do mundo) e a empresa de reservas de viagens online Expedia, manifestaram-se contra a ordem executiva do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, que suspende a entrada de imigrantes de sete países e veem possíveis prejuízos ao setor. As informações são da Agência ANSA.

A medida, anunciada na última sexta-feira (27) por Trump, foi criticada abertamente tanto por instituições internacionais, como as Nações Unidas e organizações não governamenais (ONGs) quanto por grandes empresas do país, como Google, Starbucks e Uber.

Para o presidente e diretor executivo do TripAdvisor, Stephen Kaufer, as medidas de Trump são "cruéis e discriminatórias". Kaufer comprometeu-se a dar US$ 5 milhões aos refugiados. Já um dos diretores do Expedia Inc, Dara Khosrowshahi, que é natural do Irã, disse que o novo presidente quer "aniquilar" as raízes de "uma nação de imigrantes" e se comprometeu a manter o trabalho de todos os estrangeiros que estão na empresa.

O fundador da Airbnb, Brian Chesky, ofereceu pernoites gratuitas aos refugiados e a qualquer um que chegar aos EUA que se encontre com problemas derivados da proibição ordenada por Trump. "Portas abertas nos juntam todos. Fechar as portas nos divide. Buscaremos todos os meios para conectar as pessoas, não separá-las", escreveu Chesky em seu Twitter.

De acordo com a ordem executiva de Trump, cidadãos da Síria, do Iraque, Irã, da Líbia, Somália, do Sudão e Iêmen, estão proibidos de entrar nos EUA pelos próximos 90 dias a 120 dias. Ao mesmo tempo, foram estabelecidos novos requisitos para viajantes de todo o mundo visitarem os Estados Unidos.

Na maioria das nações, como o Brasil, o Departamento de Estado anunciou mudanças nas entrevistas nos consulados para solicitar o visto de entrada nos EUA. Essas mudanças causam uma maior demora no processo de entrega dos vistos para viagens, que repercutirá, sem dúvidas, no setor multimilionário do turismo.

Segundo o setor, muitas pessoas já começaram a procurar outros países para fazer viagens. A tudo isso, soma-se a tensão com o país vizinho e um dos principais "emissores" de turistas, o México, como consequência da ordem executiva de Trump para construir um muro na fronteira. As novas medidas já causaram pertubações em alguns aeroportos dos Estados Unidos, além dos protestos por conta das detenções de viajantes que tinham os vistos anteriores.

Edição: Nádia Franco

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