Líder opositor russo é condenado a 15 dias de prisão por desacato

Publicado em 27/03/2017 - 10:46 Por Da EFE - Moscou (Rússia)

FET15 MOSCÚ (RUSIA) 27/03/2017.- El líder opositor ruso Alexei Navalny (izq) accede a la sala para escuchar el veredicto en el tribunal del distrito de Tverskoy, en Moscú (Rusia) hoy, 27 de marzo de 2017, tras haber

Líder opositor russo Alexei Navalny (à esquerda) se dirige à sala para receber o veredito do tribunal do distrito de Tverskoy, em Moscou, Rússia, um dia após ser preso em uma manifestação da oposiçãoSergei Ilnitsky / EFE

O líder opositor russo Alexei Navalny foi condenado hoje (27) a 15 dias de prisão por desacato à polícia durante o grande protesto antigovernamental de ontem, que terminou com centenas de ativistas detidos pelas autoridades.

"Diante da exigência dos policiais para que cessasse suas ações, (Navalny) tentou resistir, usando braços e pernas, e tentando causar um alvoroço", afirmou o juiz.

Navalny, que negou sua culpabilidade durante a audiência, já havia sido punido pela Justiça com uma multa de 20 mil rublos (300 euros) por organizar a manifestação não autorizada no centro da capital russa, a maior nos últimos cinco anos.

"Eu sempre cumpro as exigências legais da polícia", disse o opositor, que foi detido no domingo, antes mesmo do início do ato.

Acusado de desordem pública

A Justiça russa acusou o líder da oposição extraparlamentar de instigar as pessoas a sair às ruas, o que impediu o trânsito e causou desordem pública. "Não reconheço minha culpa. O povo está descontente com a corrupção e, por isso, decidiu participar da manifestação pacífica", alegou o opositor durante a audiência.

Além disso, Navalny denunciou no Twitter que 20 funcionários de seu Fundo de Luta contra a Corrupção foram detidos, e que a polícia apreendeu todos os computadores e diversos documentos.

O presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, "tentam fechar o Fundo de Luta contra a Corrupção", disse o opositor sobre a instituição que ele dirige e que se dedica a denunciar a corrupção na administração pública.

Dezenas de milhares de pessoas atenderam à convocação de Navalny e participaram no domingo de uma jornada de protestos que se estendeu por todo o país e que, no caso de Moscou, resultou em mais de 500 detidos, segundo fontes policiais, e cerca de 1.400, segundo estimativas de organizações de direitos humanos.

O Kremlin defendeu hoje a ação da polícia russa na hora de dispersar os manifestantes opositores, o que foi condenado por Estados Unidos e União Europeia (UE). Os EUA condenaram a detenção de "centenas de manifestantes pacíficos" e a UE reivindicou a libertação dos opositores.

Navalny, advogado de formação, pode ser impedido de enfrentar Putin nas eleições presidenciais de 2018 se perder o recurso apresentado contra uma sentença judicial que o condenou por apropriação indevida após um polêmico processo.

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