China vê “mudança de tom” dos Estados Unidos para com a Coreia do Norte

Publicado em 27/04/2017 - 15:40 Por Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil - Atlanta (EUA)

Pela primeira vez, desde o acirramento das tensões na Península da Coreia, a China afirmou ter notado mais disposição para o diálogo por parte dos Estados Unidos (EUA) na tentativa de solucionar o conflito com a Coreia do Norte. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Gen Shuang, afirmou  hoje (27), em uma conferência de imprensa, que o governo chinês tem observado que os EUA sinalizam para a possibilidade de uma resolução pacífica do impasse.

“Queremos parabenizar os Estados Unidos [...], porque temos observado que altos funcionários do governo americano apresentam mensagens positivas e com um tom favorável à resolução pacífica”, afirmou Gen Shuang. “Esperamos e acreditamos que todas as partes envolvidas tenham notado essa diferença [...]. O diálogo é o único meio correto para resolver o problema na Península”, acrescentou.

Diplomatas e altos representantes dos EUA, da Coreia do Sul e do Japão têm se reunido em Seul na tentativa de encontrar uma saída pacífica e diplomática para a questão. Diplomatas americanos envolvidos na articulação disseram a agências de notícias internacionais na capital sul-coreana queo governo americano tenta, paralelamente, três frentes: diplomática, econômica e militar.

A mensagem da China foi a primeira declaração um pouco mais otimista desde o início das tensões entre os Estados Unidos e a China. O país asiático demostrou irritação após a visita do vice-presidente Mike Pence, que deixou a Ásia na semana passada com um discurso que refletia, naquele momento, a indisposição do governo americano para dialogar. “Não temos o que negociar. Só queremos ouvir que a Coreia do Norte abandonou seu programa nuclear”, afirmou Pence.

Sanções

Na quarta-feira (26), após reunir 100 senadores e a alta cúpula executiva, a Casa Branca disse, em um comunicado, que está estudando “sanções à Coreia do Norte”, mas não afirmou categoricamente que o faria. Já há sanções econômicas dos EUA contra a Coreia, uma vez que o comércio geral está proibido com o país asiático. Os Estados Unidos têm, no entanto, outras opções punitivas. O governo Trump, poderia, por exemplo, inserir o país na lista de “países terroristas”.

Amanhã (28), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) terá uma reunião extraordinária presidida pelo secretário de Estado americano, Rex Tillerson, para discutir a tensão na península.

Do ponto de vista militar, os exercícios coordenados pelos Estados Unidos e aliados (Japão e Coreia do Sul) na região, continuam. Além disso, segundo o Pentágono, o sistema de defesa antimísseis que os EUA estão instalando na Coreia do Sul, deverá ficar pronto nos próximos dias.

Na madrugada de hoje, foram realizados testes pelo Exército americano com um míssil intercontinental de longo alcance, que foi lançado na área de testes das Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico. Antes de atingir a meta, o míssil percorreu 6.800 quilômetros.

Edição: Augusto Queiroz

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